BNDES: suspensão de pagamento de dívidas será mantida para setores específicos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta terça-feira (13), que manterá a suspensão temporária das cobranças dos pagamentos de dívidas, uma das primeiras medidas anunciadas para mitigar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), ainda no fim de março. A permissão foi concedida por seis meses pelo BNDES, terminando em setembro, entretanto, o anúncio feito nesta tarde revelou que a medida ainda será mantida para setores específicos.
Segundo o banco, as empresas que possuem operações diretas ou indiretas não automáticas com o BNDES poderão suspender pagamentos por mais seis meses. Estados e municípios que possuem “operações indiretas automáticas” com o banco poderão solicitar a suspensão dos pagamentos de amortização e juros que seriam realizados de outubro a dezembro deste ano. Além disso, todos os microempreendedores que possuem operações do BNDES Microcrédito poderão suspender os pagamentos por seis meses.
Em nota divulgada nesta terça, o banco informou que os seguintes setores poderão pedir a prorrogação da suspensão de cobranças:
- Atividades esportivas e de recreação e lazer;
- Audiovisual;
- Aeroportos;
- Confecção de artefatos do vestuário e acessórios;
- Construção de embarcações e estruturas flutuantes;
- Comércio de outros produtos em lojas especializadas
- Edição;
- Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores;
- Fabricação de móveis e indústrias diversas;
- Hotéis;
- Impressão e reprodução de gravações;
- Navegação de apoio;
- Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados;
- Transporte metroferroviário de passageiros;
“Esses segmentos foram selecionados com base na lista de setores mais impactados pela pandemia da covid-19 elaborada pelo Ministério da Economia, na análise de dados mais recentes da variação da arrecadação dos setores e na análise setorial do BNDES”, diz a nota.
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Nas contas do BNDES, o valor total das parcelas suspensas nessa segunda rodada poderá superar R$ 2 bilhões. Na primeira suspensão de cobrança, que atingiu todos os setores indiscriminadamente por seis meses, o valor total que deixou de ser pago somou R$ 12,4 bilhões, “beneficiando 29 mil empresas onde trabalham quase 2 milhões de pessoas”, segundo o banco de fomento. Também deixaram de pagar suas dívidas “56 entes públicos (Estados e munícipios)”, num valor total de R$ 3,9 bilhões.
Assim como na primeira rodada da medida, “o prazo total do crédito será mantido e não haverá a incidência de juros de mora durante o período de suspensão”, ressaltou o BNDES. Clientes que queiram pedir a suspensão têm até 30 de novembro para encaminhar o pedido.
Com informações do Estadão Conteúdo