O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) objetiva fechar ainda nesta semana operação de socorro às companhias aéreas.O setor foi um dos mais afetados pela crise do novo coronavírus.
Nesse sentido, o projeto prevê a emissão de debêntures simples no valor de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões, com prazo de cinco anos. O objetivo da operação é trabalhar com um custo mínimo às aéreas, com taxa de longo prazo (TLP) e o spread básico do BNDES, atualmente em 1,3% ao ano.
Dessa forma, os papéis devem ter um ano de carência para o pagamento dos juros, enquanto devem apresentar dois anos para o pagamento do montante principal.
As debêntures não serão conversíveis para participação acionária, mas serão lançados bônus de subscrição. Estes poderão ser negociados em mercado secundário e darão aos detentores o direito de entrar no capital da companhia. Desse modo, o BNDES espera que empresas aéreas do exterior obtenham participação nas companhias brasileiras, em função do fim da restrição a estrangeiros.
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O projeto prevê a liberação de R$ 2,5 bilhões a R$ 3,5 bilhões para cada empresa. A operação de socorro será coordenada pelo BNDES, em conjunto com um sindicato de bancos comerciais. Enquanto, na parte das aéreas, o lado privado será liderado pelo Bradesco (BBDC3; BBDC4). Cada setor suportado pelo governo terá uma instituição financeira encarregada da intermediação.
Partes discutem a precificação do valor da aéreas
A precificação do valor de mercado das companhias aéreas ainda se apresenta como uma dificuldade. Por um lado, as empresas pressionam para que seja usado o valor de suas ações antes da pandemia. No entanto, por outro, o BNDES e os bancos resistem, argumentando que seria uma ilusão achar que os ativos voltariam ao patamar anterior ao final deste ano ou do próximo.
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A consultoria Bain & Company estima, por exemplo, que o mercado das companhias aéreas somente voltará à normalidade em 2023.
Segundo fontes, no cenários mais pessimista, os bônus de subscrição chegariam a 30% do capital das companhias aéreas. Dessa forma, os detentores dos títulos seriam convertidos em grandes acionistas dentro da estrutura societária em qualquer uma das empresas.