O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem acabar. A declaração ocorreu nesta terça-feira (18) durante a Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara.
Samuel Moreira foi questionado pelo deputado José Guimarães (PT-CE) sobre como o banco financiaria o desenvolvimento do País após a retirada de recursos do FAT para o BNDES. Segundo Moreira, a prioridade é desvincular o banco dos recursos do Tesouro.
“O BNDES tem que desmamar dos recursos do Tesouro. Temos que construir um entendimento sobre o tema, mas é preciso fazer esse debate. Estou conversando inclusive com pessoas do banco”, afirmou Samuel Moreira.
Para o Pompeo de Mattos (PDT-RS), a prejudicará as camadas pobres da sociedade. Por outro lado, o parlamentar Darci de Matos (PSD-SC) disse que o banco não necessita dos recursos do FAT.
“O banco já jogou muito dinheiro fora pela janela, emprestando para outros países. Com a abertura da caixa preta do BNDES, vai sobrar dinheiro para financiar os investimentos no País”, afirmou Darci de Matos.
Caixa preta do BNDES
A CPI do banco quer explicações de Joaquim Levy sobre a caixa-preta dos empréstimos internacionais do banco.
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“Agora é o momento para ele explicar por que não abriu a caixa preta do BNDES. A missão dele era mostrar os empréstimos internacionais, para países da América e da África, para a JBS também”, disse José Nelto, líder do Podemos-GO.
A CPI irá investigar irregularidades em empréstimos do banco entre os anos de 2003 e 2015. O ex-ministro Antonio Palocci também prestará esclarecimentos.
BNDES como gestor das privatizações federais
O novo presidente do banco, Gustavo Montezano, deve ter como prioridade as privatizações propostas pelo governo e a devolução dos recursos emprestados ao órgão pela União.
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Por conta da redução do tamanho do BNDES na concessão de crédito, a avaliação feita pelo governo é de que a instituição perdeu a relevância que tinha em outros governos. Portanto, o órgão poderia exercer a função de gerir as privatizações.