O atual presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou que o Brasil não está muito atrás, em comparação ao resto do mundo, em relação a finanças ligadas ao meio ambiente, impacto social e governança corporativa (ASG), apesar de ter condições para ser um dos líderes do processo. a afirmação aconteceu nessa quarta-feira (26) durante uma videoconferência promovida pelo Citigroup.
O presidente do BNDES ainda apontou que empresas e investidores brasileiros poderiam se dedicar mais em inovações nesse aspecto. Para ele, o País já conta com condições ideais para liderar o processo. Nesse sentido, ele citou:
- Um mercado financeiro tradicional maduro
- Um governo aberto a empreender
- A Amazônia
- Uma cadeia avançada para agricultura e gestão de florestas
De acordo com ele, “só precisamos aproximar mais o setor financeiro dessa turma para pensar produtos voltados para ASG”.
Além disso, Montezano destacou que as vias de inovação e finanças verdes precisam levar em conta: análise de riscos, carga reputacional e a estratégia de gestão.
Segundo ele, “o pilar do risco, cada vez mais o risco social bate à nossa porta. Temos o exemplo do Chile e da França, países super desenvolvidos onde as pressões sociais aumentaram. E o mesmo vale para o meio ambiente“.
Ele ainda apontou que “quando você gere uma empresa em função do valor agregado para a sociedade, você consegue comunicar melhor o que a empresa tem que fazer. Isso facilita, inclusive, as orientações para a base da pirâmide dentro da empresa. As que fizerem isso antes naturalmente vão criar mais market share e ter melhores resultados”.
BNDES pretende apoiar o movimento em direção as finanças verdes
Montezano ainda comentou que o BNDES pretende apoiar a esse processo relacionado as finanças sustentáveis e que planeja aumentar o volume de linhas para investimentos no Norte do Brasil, principalmente na Amazônia.
Ele explicou que “quando a gente coloca uma meta de crédito, normalmente a demanda é para atuar no Sudeste. Hoje ninguém quer entrar na Amazônia, porque o dinheiro é pequeno ou porque pode dar problema reputacional. Mas cada um milhão ou cinco milhões (de reais) lá fazem uma diferença enorme em manejo sustentável, preservação”.
Para o presidente do BNDES, “o ASG vai ser todo o mercado financeiro”, e completou dizendo que “com o avanço da tecnologia logo vai haver um clique, uma disrupção e vamos ter métricas cada vez mais claras para o dinheiro social e ambiental. Quem correr na frente de desenvolver essas tecnologias vai levar vantagem”.