A BlackStone (NYSE: BX) anunciou, nesta segunda-feira (24), a aquisição de parte do grupo japonês Takeda Consumer Healthcare por US$ 2,3 bilhões (cerca de R$ 12,87 bilhões). Com a compra, o gigante private equity de Nova York espera que a grupo do setor de saúde se torne o campeão nacional em medicamentos sem receita, ou over-the-counter (OTC).
A aquisição fará com que a BlackStone administre a linha de suplementos vitamínicos Alinamin e o remédio Benza Block, para resfriados. Segundo a empresa, o negócio faz com que as demais transações deste teor no mercado tenham uma referência de preço, já que Daiichi Sankyo, Eisai e outras empresa também consideram a venda de ativos semelhantes, os OTCs.
“Todos estavam esperando que a Takeda fizesse isso como uma referência”, afirmou Atsuhiko Sakamoto, diretor administrativo sênior da BlockStone, lotado no Japão para cuidar do segmento. Ele descreveu a Takeda como uma plataforma que quer crescer via aquisições antes de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos próximos cinco anos.
Entretanto, o financiamento do negócio alavancou a dívida da BlackStone, que passou a estar atrelada a cinco instituições bancárias diferentes. Segundo analistas, esse fato pode representar um obstáculo para a BlackStone, uma vez que a empresa quer continuar crescendo no Japão, sobretudo via aquisições.
A pandemia do novo coronavírus (Covid-19), de certa forma, influenciou o resultado das negociações, disse Sakamoto. A BlackStone esperava ter a concorrência de outros players do mercado, mas como as medidas de isolamento social barraram as viagens globais, a gestora, que já estava à frente das negociações, acabou levando o negócio.
A BlackStone acredita que a Takeda subinvestiu nos negócios de OTC nos últimos anos, colocando sua participação no mercado em risco. Os planos do diretor da gestora incluem focar na expansão dos negócios em Taiwan, onde seus produtos são populares, e trabalhar junto ao conglomerado estatal China Resources para crescer na segunda maior economia do planeta.
BlackStone lucra US$ 568,3 milhões no segundo trimestre
Os resultados do segundo trimestre da BlackStone indicam uma recuperação da companhia, à medida que o mercado acionário, atualmente bullish, aumentou o valor do portfólio da gigante do mercado de capitais.
A empresa registrou um lucro líquido de US$ 568,3 milhões (cerca de R$ 2,96 bilhões) no segundo trimestre de 2020. No mesmo período do ano anterior, a Blackstone reportou um lucro líquido de US$ 305,8 milhões. Além disso, os ativos sob gestão são de cerca de US$ 564 bilhões, acima dos US$ 538 bilhões no final do primeiro trimestre. A empresa estabeleceu uma meta de atingir US$ 1 trilhão em ativos até 2026.
A Blackstone levantou US$ 20 bilhões durante o trimestre, apresentando um recorde de US$ 156 bilhões disponível em caixa. A companhia colocou parte do angariado em ações, mantendo o foco no investimento em empresas de rápido crescimento, uma das estratégias do CEO Jonathan Gray para navegar um mercado em alta.
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