A volatilidade no mercado financeiro foi assunto discutido na mesa “Investimentos no Brasil e na América Latina nos próximos 5 anos”, no evento Bloomberg Línea Summit, em São Paulo, nesta quarta-feira (14).
Karina Saade, Head da BlackRock Brasil, Silvio Cascione, Diretor da Eurasia no Brasil e Marcus Vinícius Gonçalves, diretor da Franklin Templeton, falaram sobre formas que o investidor pode fugir da volatilidade em sua carteira.
Para Saade, é impossível montar uma carteira imune à volatilidade — fenômeno, na visão da especialista, inerente aos ciclos econômicos.
Ela cita uma “mudança de patamar na política monetária” que faz com que bancos centrais ao redor do mundo sejam demandados para fazer manejos entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico das nações, o que só acentua as fases dos ciclos econômicos e, consequentemente, as instabilidades.
É neste momento, pontua, que a presença de um gestor de investimentos fica ainda mais importante.
A estratégia adequada, segundo Saade, deve ser a de montar uma carteira de volatilidade mínima (com menos investimentos que variem junto ao ciclo econômico, como os atrelados à inflação) e com enfoque em renda, como papéis voltados para dividendos.
Volatilidade exige diversificação e cabeça aberta
Para Marcus Gonçalves, da Franklin Templeton, a volatilidade, principalmente no que se refere ao aumento da inflação, pode ser combatida com uma boa, velha e primordial aliada na jornada de todo investidor: a diversificação.
“A diversificação vai ser mais importante, e cada vez mais vamos ter que buscar alternativas ao clássico ’60 – 40′ ou ’40-60′”, disse, se referindo ao estilo de organização investimentos mais simplificado, que considera somente a divisão renda fixa – renda variável.
“Temos visto um grande crescimento de mercados privados. Quando falam que a B3 não tem tamanho, desconsideram que o investimento direto e privado no Brasil tem sido muito grande. Investir em formas alternativas é algo que vai crescer cada vez mais”, afirmou.
Saad, da BlackRock, lembra ainda que é interessante montar uma estratégia que tenham menor vínculo com a atividade econômica, e mais focada nas chamadas “megatendências”, tendências que devem continuar independente do cenário econômico, como, por exemplo:
- Inteligência artificial;
- Urbanização;
- Energia limpa;
- Saúde (pensando em uma população cada vez mais envelhecida), entre outros.
“O mercado está dando oportunidades sensacionais para quem quiser montar posição agora”, concluiu Gonçalves.
Além da volatilidade, vários outros temas foram discutido nos painéis da Bloomberg Línea Summit. Continue acompanhando a cobertura do Suno Notícias.