A BlackRock (NYSE: BLK), maior gestora de recursos do planeta, registrou uma alta de 21% no lucro líquido no segundo trimestre deste ano na relação anualizada, de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6,41 bilhões). A companhia destacou o segmento de renda fixa, com a captação de US$ 60,27 bilhões.
Além disso, segundo a BlackRock, os negócios de gestão de caixa da companhia somaram US$ 24,2 bilhões em entradas líquidas. Os mercados mostraram uma consistente recuperação em relação ao primeiro trimestre, quando os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foram mais intensos.
Com a injeção de liquidez do Federal Reserve (Fed) para sustentar o sistema, diversas companhias de investimento elevaram seus faturamentos. A alta nos preço dos ativos fez com que a BlackRock aumentasse sua receita total em 4%, para US$ 3,6 bilhões. A empresa encerrou junho com US$ 7,3 trilhões sob gestão.
Em entrevista ao jornal norte-americano “The Wall Street Journal”, o CEO Laurence Fink afirmou que os clientes da BlackRock estão procurando mais informações e apoio durante esse período de incerteza.
“Estamos vendo uma economia quase bipolar”, afirmou Fink. “Algumas partes da economia estão indo muito bem e algumas estão indo muito mal.”
Os Exchange-Traded Funds (ETFs) da companhia, um dos seus principais negócios, por sua vez, captaram US$ 51 bilhões no segundo trimestre, acima dos US$ 36 bilhões do mesmo período de 2019.
O grupo comercializa fundos mútuos, fundos de aposentadorias, fundos de ações, entre outros produtos. A carteira de ativos da gestora está dividida, aproximadamente, da seguinte maneira por continentes:
- Américas (63%)
- Europa (29%)
- Ásia-Pacífico (8%)
BlackRock prevê mudanças na economia global
Fink, em uma carta aos acionistas da empresa no final de março, indicou os efeitos econômicos e as mudanças no mundo e na economia global que podem ser causados pela crise do coronavírus.
“Em 44 anos no mundo das finanças, nunca vivi uma experiência parecida”, disse o executivo. “A pandemia tem impactado os mercados financeiros com uma rapidez e ferocidade normalmente vistas apenas em uma crise financeira clássica”.
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“Acredito que o pensamento de longo prazo nunca foi tão essencial como hoje. Companhias e investidores com um forte senso de propósito e uma abordagem de longo prazo estarão aptos a navegar por esta crise e suas consequências”, afirmou o executivo.
O CEO da BlackRock acrescentou que acredita na mudança de pensamento dos investidores. “Para alguns clientes, a recente onda de vendas criou uma oportunidade de rebalancear em ações”. Fink completou dizendo que “de fato, muitos de nossos clientes — mesmo aqueles com pesada alocação em renda fixa devido aos perfis de risco — estão olhando para aumentar a alocação em ações neste mercado”.