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BlackRock nega que negocia doses de vacina com empresas privadas do Brasil

Ao final da sessão de hoje, o BDR da AstraZeneca (A1ZN34) apresentava queda de 3,04%, valendo R$ 45,54. 

AstraZeneca

A BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, negou que esteja negociando a venda de 33 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) da AstraZeneca-Oxford com empresas privadas brasileiras. A informação foi comunicado ao público nesta quinta-feira (28).

O posicionamento da gestora veio à tona após representantes da Coalizão Indústria (que reúne grandes empresas e entidades do segmento) disserem que as negociações para a aquisição da vacina ocorrem com um fundo de investimento, não diretamente com a AstraZeneca.

A farmacêutica também nega que esteja em negociações para o fornecimento das doses. A BlackRock decidiu se posicionar por conta da participação acionária que possui na AstraZeneca, o que poderia gerar rumores de que as negociações ocorrem com ela.

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“A BlackRock não tem nenhum acordo com nenhum fornecedor de vacinas Covid para adquirir doses de vacina e nunca se envolveu em quaisquer discussões relacionadas com o esforço das empresas brasileiras para adquirir a vacina AstraZeneca”, disse a gestora, em comunicado enviado à revista EXAME, reafirmando que os “rumores são completamente falsos”.

Na teoria, metade do pacote de 33 milhões de doses encomendados pelo grupo ficariam com o SUS, enquanto os outros 50% seriam utilizados para a imunização de colaboradores de empresas privadas. Um grupo de empresários se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro nesta semana, que deu o aval do governo federal para a negociação.

Oi (OIBR3), JBS (JBSS3) e Vale (VALE3) confirmaram que foram convidadas para as conversas, mas recusaram. A Gerdau (GGBR4) confirmou que participa das conversas, mas que não lidera o grupo — um diretor jurídico estaria participando do grupo de empresários que encabeça o consórcio.

Um dos líderes do movimento, o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, disse que as negociações estão em curso. Ele salientou que a operação ocorre com o aval de Bolsonaro. “Desde o início da pandemia, a indústria está ajudando a salvar vidas. E estamos num esforço para trazer essas 33 milhões de doses”, afirma. Lopes comentou que o investimento para comprar o lote seria de aproximadamente R$ 4,4 bilhões.

Doses da vacina diretamente para empresas causa desconforto

Após a informação de que o setor privado havia se organizado para adquirir doses da vacina de forma acelerada, ainda com o aval do governo federal, causou certo desconforto. Isso ocorre porque, inicialmente, os fabricantes estão focados em abastecer governos e órgãos multilaterais.

Um dos exemplos é a Covax Facility, aliança da Organização Mundial da Saúde (OMS) para compra de vacinas para os países mais pobres — que, inclusive, engloba o Brasil. O País já adquiriu direitos de aquisição de doses para 10% da população, ao passo que o governo negocia com laboratórios de forma paralela.

“No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”, informou a AstraZeneca em comunicado divulgado na última terça-feira (26).

A farmacêutica britânica, inclusive, tem uma cordo de transferência de tecnologia com a Fundação Oswaldo Cruz. Isso fará com que a vacina desenvolvida junto à Universidade de Oxford seja fabricada aqui no Brasil.

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