O isolamento social e o home office prepararam o brasileiro para uma Black Friday mais digital do que nunca. Isso porque os consumidores têm se acostumado a fazer mais compras online nos últimos meses, em meio ao isolamento social, que ainda não foi totalmente superado.
Um exemplo da mudança de hábitos foi a decisão de grandes varejistas flexibilizarem as datas das suas Black Fridays para evitar aglomerações em lojas, além de adotar protocolos de segurança. Foi o caso da Lojas Americanas (LAME4), que decidiu antecipar sua Black Friday, e do Magalu (MGLU3), que estabeleceu critérios de higiene e limpeza.
Pesquisas recentes mostram que a Black Friday deste ano vai encontrar um cliente mais aberto a fazer suas compras online e a utilizar a internet como ferramenta de pesquisa de preço. Segundo o Google, 40% dos consumidores brasileiros pretendem comprar somente pela internet, um aumento de 7 pontos porcentuais em relação a 2019.
O contexto da pandemia também impactará as escolhas na hora da compra. Itens como móveis, brinquedos, jogos e imóveis estão ganhando maior relevância, segundo pesquisa divulgada pelo Google. Por outro lado, passagens aéreas, serviços financeiros e planos de celular são as que mais perdem relevância neste ano.
“A Black Friday de 2020 será diferente em muitos aspectos, começando pela maior relevância do digital como o principal canal de compras e a mudança nas intenções de compra entre as categorias de produtos”, afirmou em nota Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o Varejo do Google Brasil.
E-commerce ficou mais relevante
Como mencionado acima, a pesquisa do Google mostrou que 40% dos consumidores vão comprar somente por meio de e-commerce, um aumento de 7 pontos ante a fatia de 33% vista em 2019. Ao mesmo tempo, a fatia dos consumidores exclusivos das lojas físicas ficará praticamente estável, passando de 27% para 26%.
Já a porcentagem dos que pretendem compram em ambos os canais tem uma queda de 40% para 34%; indicando que os consumidores que ainda não se sentem seguros para comprar nas lojas físicas devem migrar para o e-commerce.
De acordo com o levantamento, itens como passagens, pacotes de internet, serviços financeiros e games se destacam por sua forte presença on-line. Por outro lado, alimentos e bebidas, veículos e moda terão maior relevância no off-line.
Além disso, o crescimento do digital impacta o comportamento do consumidor antes da compra. Independente do canal, 82% irá pesquisar on-line antes de comprar e as buscas já começaram para 41% dos consumidores.
Canais digitais viraram porto seguro na Black Friday
A Ebit Nielsen também prevê que as vendas do comércio eletrônico brasileiro na Black Friday vão superar o desempenho do ano passado. A entidade espera um aumento de 27% no comércio virtual durante a data. Já no ano inteiro, o e-commerce deve subir 38%.
“Os números são muito expressivos, refletindo a adaptação do consumidor às compras online. Nesta pandemia, o e-commerce se tornou um porto seguro ao substituir de forma eficiente e prática o ambiente físico”, afirmou a líder de Ebit|Nielsen, Júlia Ávila.
Apps ganham relevância
O uso de aplicativos nas compras online têm ganhado cada vez mais relevância no Brasil. Entre os clientes que vão comprar online na Blak Friday, 59% pretende comprar via aplicativos, segundo o Google.
Atualmente, 70% dos consumidores já possuem o aplicativo da loja preferida no seu smartphone. Ao mesmo tempo, 8 em cada 10 declaram que o usam como fonte de consulta e 64% também concluem as compras nos apps além de fazer consultas.
As 10 categorias com maior intenção de compra declaradas foram:
- Celulares (38%)
- Eletrodomésticos (30%)
- Informática (28%)
- Roupas Femininas (28%)
- TV (26%)
- Roupas (24%)
- Eletroportáteis (24%)
- Perfumes (24%)
- Tênis (22%)
- Móveis (22%)
Mais pesquisa e diversificação de lojas
Embora o crescimento das vendas seja positivo e as empresas de e-commerce já estejam preparando apps cada vez mais relevantes, o desafio de conquistar o consumidor é grande.
Isso porque os clientes estão mais abertos a experimentar. Segundo a pesquisa do Google, 29% dos brasileiros declaram que pretendem fazer algumas das compras da data em lojas diferentes das que costumam comprar regularmente, um aumento de 12% em relação à Black Friday de 2019.