Black Friday: Preços maquiados e “Black Fraude” diminuem intenção de compra, diz Reclame Aqui
O Instituto Reclame AQUI questionou 31.367 consumidores sobre suas intenções para a Black Friday deste ano, nos últimos dias, de 8 a 11 de novembro, e 43% deles responderam que consideram o dia de megapromoções uma “Black Fraude”, com preços maquiados em vez de promoções verdadeiras.
Segundo o levantamento, 53% dos brasileiros não tem planos de fazer compras nesta Black Friday, contra 47% que se mantém positivos em relação ao evento.
“Agora, praticamente às vésperas da Black Friday, notamos um crescimento no percentual de participação na promoção, o que é natural, por conta do aquecimento que as lojas começam a fazer” avalia Felipe Paniago, Chief Marketing Officer (CMO) do Reclame AQUI.
Dos que pretendem fazer compras, cerca de 72% deles estão monitorando os preços por um período de 1 a 6 meses. Já os que não pretendem adquirir nada alegam os seguintes motivos:
- Os preços são “maquiados”, não tem promoções de verdade 22,3%
- Não confia na promoção, é uma ‘Black Fraude‘ 21,6%
- Está endividado 10,5%
- Não precisa de nenhum produto novo 18,6%
- Não vale a pena, está tudo muito caro por conta da pandemia 9,3%
- Orçamento apertou! Este ano não tem dinheiro 14,1%
- Já aproveita promoções durante o ano todo 3,6%
De acordo com Paniago, as empresas melhoraram nos últimos anos em relação às promoções oferecidas aos consumidores, mas “a julgar pela Black Friday de 2020, que foi a ‘Black Friday do atendimento’, já que descontos não vieram, este ano o consumidor tem uma expectativa maior em relação a preço”.
E-commerce e crédito são as principais escolhas para a Black Friday
Somente 8,9% das pessoas pretendem fazer comprar em loja física nesta Black Friday, todos os demais respondentes se dividiram entre apps (26,8%), e-commerce (41%), redes sociais (5,4%), WhatsApp (2,4%) e live commerces (1,9%).
Ao questionar os consumidores sobre o pagamento das compras feitas na Black Friday, 63,9% deles responderam ao Reclame AQUI que pretendem usar o cartão de crédito. Somente 19,9% indicam a opção de boleto ou débito na hora de comprar.
A perspectiva de gastos está alta para esse ano. Cerca de 47% dos respondentes planejam gastar de R$ 1 mil para mais de R$ 3 mil. O restante está abaixo da faixa de R$ 1 mil, com destaque para “até R$ 200”, com 9,4% dos respondentes.
Dentre as aquisições mais visadas, a pesquisa mostra os seguintes interesses:
- TV 7,9%
- Telefones celulares 10,1%
- Videogame (jogos, consoles…) 4%
- Roupas e calçados 13,6%
- Alimentos e bebidas 5,1%
- Linha branca de eletrodomésticos 10,9%
- Eletrônicos (notebooks, caixas de som…) 14,4%
- Produtos de beleza 7%
- Decoração/itens para casa 8,9%
- Outros 18,1%
Atenção na hora das compras
Para o CMO do Reclame AQUI, o consumidor precisa estar de olhos bem abertos neste ano. Ele destaca que por conta da inflação alta, os produtos importados ou que usam matéria-prima importada estão cada vez mais caros.
“É importante saber identificar bem o que é uma maquiagem de preço mesmo e o que é alto valor por reflexo da inflação”, diz, em nota.
O executivo acredita que as pessoas estão mais conscientes do valor do seu dinheiro e por isso não fazem mais compras banais. “As empresas evoluíram muito em Black Friday desde a primeira edição, mas quem mais evoluiu foi o consumidor.”