Quem dá mais? Magalu (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) têm desafio na Black Friday
A sexta-feira de grandes promoções e descontos, a Black Friday, deve ser diferente do que foi observado nos outros anos. Isso porque muita coisa está em jogo neste ano, em meio ao avanço da inflação, à escassez de estoques e ao nível acirrado de concorrência no varejo.
Na análise dos especialistas, entre Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3), Americanas (AMER3) e outras companhias do setor, vai levar a melhor no game da Black Friday aquela que oferecer o melhor desconto diante da escassez de estoques.
De acordo o especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, o estoque é muito importante para o setor de varejo e atualmente está em nível baixo.
Por isso, deve gerar um impacto direto na sexta-feira de promoções. “As empresas vão preservar a margem, farão algum barulho na Black Friday, mas nada de super descontos em 2021”.
Igreja explica que com o problema de grande escassez, as empresas não estão em uma situação de ter que se livrar de estoque ou fazer volume.
Portanto, vai ser uma Black Friday diferente, onde os varejistas vão preservar a margem. “Serão descontos mais simbólicos em razão da falta de volumes. É uma quebra de toda cadeia, pois não tem navios, contêineres, chips, caminhões. Isso impacta grandemente.”
Com isso, a concorrência se torna ainda mais acirrada, em meio ao jogo de quem tem mais estoques para oferecer mais descontos aos clientes.
Na análise do analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila, os estoques nas empresas de varejo têm sido um diferencial há um bom tempo, o que acirra ainda mais a “briga” entre as varejistas nas vendas online e entrega mais rápida com frete acessível. “A dificuldade segue no custo e margem para repassar algum desconto.”
A briga por descontos
Se por um lado varejistas como Magazine Luiza, Via e Americanas estão com dificuldades em oferecer super promoções, do outro lado, o consumidor está mais seletivo e deve escolher as promoções com cuidado.
“Os clientes estarão muito mais seletivos em relação a descontos e fretes, logo, a competição está acirrada e quem conseguir oferecer as melhores condições nesse sentido deve observar um fluxo maior nas vendas”, disse o gerente de Reserarch da Ativa Investimentos, Pedro Serra.
Segundo a pesquisa da BARE International, a maior fornecedora independente de dados e análise de experiência do cliente no mundo, cerca de 84% dos brasileiros pretendem comprar produtos no período.
Portanto, os consumidores querem comprar, mas vão optar por comprar de quem der o melhor desconto.
“Temos que lembrar que Black Friday é uma data importante para antecipar a compra de presentes de Natal. E neste ano teremos de volta as festas, com reuniões de amigos e famílias”, analisou Igreja.
Varejo não se resume a Magalu; Renner e C&A devem se dar bem na Black Friday
Quando se fala de varejo, o investidor tende a pensar no Magazine Luiza e Via, mas as empresas do setor vestuário são também varejistas e essas não devem sofrer com a escassez nem com falta de descontos.
Esse setor tem tudo para se dar bem na Black Friday com a reabertura das lojas físicas e o avanço da vacinação.
“Provavelmente este ano o consumidor vai pechinchar mais, esse é o grande detalhe. Então vamos ver um consumo em ativos cada vez mais baratos e promoções mais fortes. Os produtos que tiverem isso serão os de maior consumo” disse o especialista de renda variável da Monte Bravo, Bruno Madruga.
Por esse motivo, Madruga acredita que empresas como a Renner (LREN3), Grupo Soma (SOMA3) e C&A (CEAB3) devem se beneficiar na Black Friday
“Esses ativos podem se beneficiar em virtude de lojas físicas, até pelo forte ritmo de vacinação e o pessoal que também está circulando muito em shopping. Aliás fica uma ressalva, o setor de shopping center também deve se beneficiar em virtude das festas de final de ano. Seja Black Friday ou seja Natal é um setor aí bastante interessante”, concluiu.