Black Friday do Mercado Livre vai focar em entrega rápida para competir

A Black Friday do Mercado Livre terá a velocidade no centro da experiência do cliente. Para além da importância óbvia dos descontos, o e-commerce pretende focar na entrega rápida para conseguir competir com concorrentes como a Via Varejo (VVAR3), das Casas Bahia, e Magazine Luiza (MGLU3) no País.

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Para Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre, o diferencial da Black Friday do Mercado Livre para as concorrentes deverá ser no tempo de entrega entre a compra e o recebimento dos produtos pelo consumidor.

Por isso, o e-commerce promete frete grátis para compras acima de R$ 99 e “as entregas mais rápidas do Brasil”.

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“Pelo tamanho do acúmulo de pedidos em poucos dias, geralmente, a Black Friday tem um aumento dos prazos de entrega para poder dar vazão, mas no nosso caso teremos capacidade logística para entregar rapidamente”, disse Rueff ao SUNO Notícias.

De acordo com a executiva, 75% das compras realizadas do Mercado Livre já são entregues em até 48 horas. Não à toa, a companhia vem investindo pesado em infraestrutura e anunciou uma frota de aviões particulares e mais cinco centros de distribuição recentemente.

“Vamos chegar a distância maiores com o mesmo prazo de entrega“, afirma Julia Rueff.

A aposta na velocidade de entrega também é uma forma de se diferenciar e concorrer com a tática ‘omnichannel‘ das Casas Bahia e Magazine Luiza.

Enquanto as duas empresas possuem milhares de lojas espalhadas no Brasil com o sistema “retire aqui”, o Mercado Livre conta apenas com algumas parcerias para essa possibilidade.

Confira a entrevista completa de Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre, ao SUNO Notícias:

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-Como o Mercado Livre se preparou para a Black Friday e quais são as estratégias para a data?

Com esse ano atípico, acreditamos que essa será a Black Friday do e-commerce. A Black sempre teve uma participação muito forte do e-commerce. No começo do ano, a participação da empresa no e-commerce era de 6%, e com a pandemia chegamos a quase 12%. Tem uma quantidade muito grande de novos usuários.

Teve uma entrada de mais de 2,6 milhões de compradores online, então tem um ingresso de muita gente nova comprando online e um aumento de recorrência muito forte, com a incorporação do hábito de consumo online.

Outro ponto tem a ver com a própria pandemia. Aquelas imagens conhecidas de Black Friday, de lojas lotadas, com pessoas com uma TV na cabeça, que todo ano aparecem, nesse ano não vão fazer sentido com necessidade de distanciamento e pandemia.

Então temos uma crença forte de uma Black Friday muito grande e, por causa disso, criamos uma estratégia para reforçarmos nossa liderança no e-commerce no Brasil.

Então vamos investir três vezes mais do que investimos no ano passado, fazendo a maior Black Friday da história, com grandes ofertas seja porque negociamos grandes descontos ou mecanismos de baixar preço automaticamente, cobrindo a concorrência para ganchos de produtos específicos e online.

Vamos estar com frete grátis acima de R$ 99 e as entregas mais rápidas do Brasil. Pelo tamanho do acúmulo de pedidos em poucos dias, geralmente, a Black Friday tem um aumento dos prazos de entrega para poder dar vazão, mas no nosso caso teremos capacidade logística para entregar rapidamente.

Tudo que sai das nossas vendas, 75% entregamos em até 48 horas, incluindo sábados e domingos. Nas seis principais capitais do Brasil nós já entregamos em 24 horas e na Black Friday queremos manter esses mesmos níveis de serviço.

Recentemente, passamos a contar com uma frota de aviões e temos entregas muito rápidas para grandes cidades do Brasil. Mas com a frota, vamos chegar a distância maiores com o mesmo prazo de entrega.

-Como a experiência do cliente será levada em conta na Black Friday do Mercado Livre?

Temos um reforço muito forte das equipes de atendimento. A ideia é que toda a experiência de compra seja excelente, mas caso o cliente já tenha necessidade de troca ou devolução, o time de pós-venda está preparado.

Falando de vendedores, criamos muito conteúdo educativo, estamos fazendo séries destinadas a eles para que se preparem para a Black Friday. Web aulas para gestão de reputação, investimento em mídia, controle de estoque, boas práticas de atendimento ao consumidor.

-A empresa vem frisando muito o tempo de entrega para a Black Friday do Mercado Livre. Isso é o diferencial real de vocês?

Hoje já é um diferencial. Quando fazemos pesquisa, o prazo de entrega mais rápido conta. E quando você pensa, com tantos novos compradores online, a experiência que você dá de comprar e receber dois dias depois causa uma satisfação muito maior do que comprar e esperar uma semana.

Então, você achar o que você procura, achar em um preço bom, e ainda receber rápido, entendemos que é uma combinação de peças positivas.

-A indústria vem enfrentando uma falta de insumos. Pode faltar produtos?

É um contexto geral que está afetando todos os vendedores e vemos grandes indústrias com falta de produto graças a também falta de insumos. Então, também, vai ser um ano muito desafiador em termos de disponibilidade de estoque.

Por outro lado, pensando nessa dificuldade, a gente fez um movimento muito forte de abastecer ao máximo o centro de distribuição dos vendedores. Estamos com nossos CDs abarrotados de produtos. Conseguimos nos antecipar e estamos pensando em como colocar mais produtos de CDs que já estão super cheios.

-Seus concorrentes falam do benefício do omnichannel. Como vocês enfrentam isso?

A gente tem solução de retirada em loja com alguns parceiros, como a Saraiva, por exemplo. Mas, de fato, a gente tem como estratégia a entrega rápida na casa do consumidor e entendemos que é a comodidade máxima que ele pode ter.

Quando eu falo de concorrência, o Mercado Livre está muito acostumado com isso, temos grandes concorrentes, mas com todas essas mudanças, como o omnichannel aparecendo, a gente continua ganhando market share mês a mês.

-A redução do auxílio emergencial pode afetar o resultado?

Acho que o auxílio emergencial terá impacto na economia como um todo. É uma injeção de dinheiro muito grande sendo colocada. Com a retirada, naturalmente, você tem uma diminuição da capacidade de consumo.

Mas, quando olhamos para o histórico de crises, a gente vê que o e-commerce passa meio que ileso por essas crises, nunca deixamos de crescer abaixo de dois dígitos, mesmo em anos de crises profundas.

O País passa por crise, mas o e-commerce continua crescendo. O auxílio emergencial, apesar de ter um impacto grande no varejo em geral, entendemos que para a Black Friday do Mercado Livre e o e-commerce não tenha tanto impacto pois é mais uma mudança de comportamento, uma mudança da compra do varejo físico para o varejo online.

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Vinicius Pereira

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