Se a Black Friday já é uma das principais datas do comércio no Brasil, cada varejista traça uma estratégia para tentar bater metas e ganhar market share. Na Black Friday do Magazine Luiza (MGLU3), a proposta é o feijão com arroz, com uma pimentinha: além do foco nos descontos, o e-commerce também focará no cashback, a devolução de parte do valor gasto na aquisição de um produto.
Para Rafael Montalvão, diretor de marketing e-commerce da companhia, a Black Friday do Magazine Luiza a junção de descontos e cashback, que giram de 3% a 12% do valor da compra, pode criar grandes oportunidades que o cliente busca na data.
“O que o consumidor espera na Black Friday é comprar bons produtos, por bons preços, uma oportunidade. O que a gente está criando é isso, criando oportunidade para o consumidor, já criando quando antecipamos, mas na data também teremos grandes oportunidades para o cliente”, afirmou o executivo.
Assim como outros varejistas, como a Via Varejo (VVAR3) e o Mercado Livre, o Magazine Luiza antecipou o início da campanha de descontos em cerca de um mês graças a epidemia causada pelo novo coronavírus (covid-19).
“Esse ano, fizemos uma campanha chamada agora ou nunca, durante todo novembro estamos colocando ofertas antecipadas da Black Friday, que são produtos com preços que não irão retornar no dia da Black com o intuito de trazer esse consumidor para uma compra com mais tranquilidade, segurança, com as melhores ofertas”, disse.
Segundo o executivo, a Magazine Luiza possui cerca de R$ 5 bilhões em estoque e, mesmo com o fim do auxílio emergencial, conhecido como coronavoucher, as vendas da varejista devem se manter no mesmo patamar do ano passado.
“É óbvio que a pandemia impulsionou algumas vendas, mas é fato que a nossa estratégia sobressaiu para além do auxílio emergencial do governo”, afirmou.
Confira a entrevista do SUNO Notícias com Rafael Montalvão, diretor de marketing e-commerce do Magalu:
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-Qual será a estratégia da Magalu na Black Friday?
Ela tem algumas diferenças dos outros anos realmente por conta da pandemia. Esse ano, fizemos uma campanha chamada agora ou nunca, durante todo novembro estamos colocando ofertas antecipadas da Black Friday, que são produtos com preços que não irão retornar no dia da Black com o intuito de trazer esse consumidor para uma compra com mais tranquilidade, segurança, com as melhores ofertas.
Óbvio que no dia de Black Friday temos grandes ofertas e, para isso, reforçamos a área comercial. Temos quase R$ 5 bilhões em estoque.
-Então, há uma antecipação?
Começou no dia primeiro de novembro e, todo os dias, nós lançamos uma oferta com um preço exclusivo de 24 horas, então o cliente só tem aquele dia para comprar. Com quase R$ 5 bilhões de estoque, podemos fazer essa diversificação e manter as ofertas para o dia da Black Friday.
-Os varejistas já sentem problemas de abastecimento da indústria. Vocês preveem algum problema de falta de produto?
Como conseguimos fazer negociações e planejamento por antecedência, conseguimos, de fato, abastecer nosso estoque. Isso nos permite uma tranquilidade maior para atender o consumidor.
-A crise deverá afetar o desempenho das vendas? E a redução do auxílio emergencial?
Acho que o cliente viu que mostramos uma consistência nos últimos trimestres. É óbvio que a pandemia impulsionou algumas vendas, mas é fato que a nossa estratégia sobressaiu para além do auxílio emergencial do governo. O nosso crescimento, nosso ganho de market share, deixou claro que a nossa estratégia sobressaiu sobre a injeção do governo na economia.
Nossa expansão do e-commerce, a representatividade e a força da loja física, mesmo que fechada, fazendo vendas remotas, mostra que não é só a dependência do valor injetado pelo governo. É obvio que ajudou, mas não é uma dependência para o Magazine Luiza.
Em novembro, também temos o 13º salário, que também é um injeção na economia, e faz com que tenhamos um ânimo para a Black Friday também.
-Como vocês estão traçando uma estratégia de marketing para a Black Friday?
A gente fez um anúncio no Tik Tok, um teaser da nossa campanha especial da Black e lançaremos em breve outras estratégias para a data.
-No dia, vocês terão alguma mudança na gestão da Black Friday?
Tem um grande desafio. Nos últimos anos, reunimos o time para acompanhar os resultados no dia. Mas, com a pandemia, teremos um cuidado rigoroso sobre quantas pessoas estarão no escritório. Teremos várias salas de guerra virtualmente, com uma parte presencial, mas a maior parte virtual. Esse é um cuidado que a gente está tomando. A adrenalina, quando você estava lá, era muito legal, mas agora é um desafio.
-A estratégia é mais sobre descontos, entregas rápidas, ou outra estratégia?
O que o consumidor espera na Black Friday é comprar bons produtos por bons preços, uma oportunidade. O que a gente está criando é isso, criando oportunidade para o consumidor, já criando quando antecipamos, mas na data também teremos grandes oportunidades para o cliente.
Temos o modelo de cashback, que permitirá ofertas relevantes e permitindo para ele ter um dinheiro de volta. Então, esses dois modelos são o que esperamos para a Black Friday do Magazine Luiza.