Black Friday: Como definir um limite de gastos saudável
A Black Friday, data importada dos Estados Unidos e conhecida pelos grandes descontos, ocorrerá no dia 27 de novembro neste ano. Diante das diversas ofertas, pode ser difícil resistir à tentação de consumir, entretanto, nem sempre essas compras são uma boa pedida para o orçamento doméstico.
A data especial inaugura a temporada de compras natalinas e ocorre 24 horas depois do Dia de Ação de Graças nos EUA. Apesar de o período ser conhecido pelo alto índice de consumo, os clientes devem prestar atenção no que estão comprando e saber identificar quanto podem gastar sem comprometer sua organização.
Em 2019, segundo levantamento da consultoria Ebit/Nielsen, as vendas online na data foram maiores que as projeções, rendendo um total de R$ 3,2 bilhões, sem contar o faturamento do varejo físico, o que representa um aumento de 23,6% em relação à 2018.
Para este ano, o faturamento previsto é ainda maior, com uma alta de 27% nas vendas na comparação com o ano anterior, considerando o período entre quinta e sexta-feira, informou a Ebit/Nielsen.
Como não gastar demais na Black Friday
A SUNO Notícias conversou com dois especialistas para saber como o consumidor pode planejar seus gastos na Black Friday. Eles destacam que é fundamental pesquisar preços, definir as compras com antecedência e fugir dos impulsos. Para quem não tem dinheiro sobrando no orçamento, pode ser melhor ficar de fora das promoções.
De acordo com Andreia Fernanda, economista e consultora financeira da Rico Foco, pesquisar é a melhor opção. Todavia, antes de realizar pesquisas, o indicado é ter um planejamento do que precisa ser adquirido.
“Se for compra de presentes, o ideal é ter uma lista de quais as opções para cada presenteado (sempre mais de uma) e claro, saber claramente o quanto poderá gastar no total e individualmente sem prejudicar o orçamento doméstico do mês e dos meses seguintes”, indicou a economista.
Victor Loyola, sócio e cofundador da ConsigaMais+, fintech de crédito, também acredita que o primeiro passo para não gastar além do necessário é a realização de pesquisas com a finalidade de comparar os preços. “A dica que realmente funciona é a pesquisa. É preciso comparar e ver as melhores condições de preço e pagamento. Só assim, o consumidor terá a certeza de que fez um bom negócio”.
A consultora financeira ainda citou o clássico exemplo de economia, “vá ao supermercado com sua lista de compras”, que serve perfeitamente para essa época, informou. Além disto, com a lista em mãos consegue-se pesquisar o melhor local para adquirir o item, usando ferramentas de busca.
Segundo Andreia Fernanda, pode-se aproveitar a Black Friday para compras de Natal. Entretanto, para não cair em armadilhas do “leve pela metade do dobro”, é imprescindível pesquisar se o preço realmente está em promoção. Ela cita ainda os aplicativos e sites que mostram a evolução dos preços dos produtos ao longo dos períodos, como o Buscapé.
Ao ser questionada em relação à antecedência que deve-se realizar as pesquisas, a economista revelou que caso o consumidor já tenha uma lista pronta, então pode usar as ferramentas de busca para acompanhar o valor do item e colocar ainda lembretes automáticos de valores que acha justo pagar. Isso ajudará a encontrar as melhores oportunidades.
Coloque as contas em primeiro lugar
Além disso, Loyola ressaltou que embora os produtos estejam com desconto, o salário do consumidor continua o mesmo. “Por isso, é importante recordar todas as outras contas que precisam ser pagas antes de adquirir mais itens do que se pode arcar”.
Segundo o sócio da fintech, o período de festas de fim de ano e o pós réveillon são momentos que exigem atenção. “Isso porque é quando se tem maior liquidez por causa do 13º salário. Mas é preciso lembrar que o período também vem acompanhado do pagamento de muitos impostos, matrícula escolar, seguro, entre outros. Ou seja, é um momento em que as pessoas normalmente conseguem sanar parte de suas pendências financeiras, quando as têm”.
A consultora financeira pontuou ainda que existem questões nas quais o consumidor deve prestar atenção, como o seu orçamento doméstico. Desta forma, não é indicado comprar o que não couber nele. Outro ponto de atenção que o cliente deve ter é se a compra realmente faz sentido, ou se é apenas uma desejo pois “todos estão fazendo”.
“Não é porque sempre fez que terá que fazer para sempre. Se não couber no orçamento o ideal é ficar de fora das promoções desse ano”, declarou a economista.
Por último, ao receber o salário, o correto seria reservar uma parte deste para pagar todos os compromissos que o início do ano exige e ainda, para sanar dívidas. Apenas após esse processo é que o consumidor saberá quanto será possível gastar com as festas, presentes, viagens e com a data especial da Black Friday.