Em evento do Google sobre as inovações da Black Friday para 2023, Fábio Garcia, líder de segmento de varejo da companhia no Brasil, destacou que dois em cada três brasileiros devem comprar na data este ano, impulsionado pela melhora da economia e com o consumidor acreditando na melhora de seu poder de compra.
“Vemos finalmente sinais positivos. Inflação controlada, dólar operando abaixo de R$ 5 e até o mais recente corte da Selic. Do lado do consumidor, metade deles está acreditando numa melhora da economia e 70% acreditando na melhora do seu poder de compra. E isso abre portas para todas as oportunidades que o varejo vai ter nessa temporada”, destacou Garcia.
Assim, na visão do executivo, durante toda a jornada de pesquisa, o nível de definição do consumidor pode variar bastante, compreendendo o que ele vai comprar, qual a marca e onde. “Celulares e perfumes já têm um alto nível de definição, diferente de móveis e decoração, por exemplo. O entendimento da jornada nunca foi tão importante para se manter conectado com o consumidor”, complementou.
Neste contexto, quanto maior o preço e complexidade de cada produto, mais alta a antecipação da busca, o que explica o fato de que a Black Friday começar 30 dias antes da data.
“E isso depende da categoria, e quem define isso é o consumidor e não o mercado. Já não é novidade que todas as jornadas estão cada vez mais múltiplas, intencionais e imprevisíveis, e contemplam inúmeras oportunidades”, disse Natália Camargo, diretora de negócios para commerce do Google Brasil.
Segundo ela, apesar da Black Friday ser uma data muito guiada pelo varejo, ela se tornou cada vez mais diversa e ampliou alcance para diversas categorias. “O maior interesse ainda são calçados, eletroportáteis, com a intenção de compra se mostrando mais acentuada comparada ao ano passado”.
Inteligência artificial e Black Friday
Rodrigo Paoletti, líder de produtos de perfomance do Google Brasil, destacou que apesar do aumento dos usos da inteligência artificial nos últimos tempos, o Google já está usando essa tecnologia há muitos anos. “Ela [inteligência artificial] está migrando do básico para o avançado, e no Google, temos essa missão de evoluir. Os modelos de ler e interpretar, depois de interagir com imagens, serviram de base para tudo o que estamos vendo hoje”.
Durante o evento, foi apresentado um novo recurso do Google, chamado Anotações de Frete, que começará a permitir aos consumidores identificarem os produtos com frete grátis, entrega mais rápida e devolução gratuita. Assim, já a partir de outubro, os lojistas que quiserem poderão sinalizar suas promoções ao gerenciar seus produtos por meio do Google Merchant Center.
Na prática, é como se o lojista colocasse uma “etiqueta” logo abaixo da imagem do produto, deixando mais claro para o consumidor que aquele produto tem uma condição de frete diferenciada dos demais.
Desta forma, para utilizar a nova função, o lojista precisa acessar a plataforma que permite cadastrar informações sobre produtos disponíveis no seu site ou loja e exibi-los a potenciais clientes por meio das plataformas do Google, com a ajuda da publicidade ou não. Para comunicar seus diferenciais logísticos é necessário compartilhar os seguintes atributos de feed: custo de frete, tempo de entrega, janela e custo de devolução.
Black Friday: perspectivas são animadoras para 2023, diz diretora
Na visão de Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o varejo no Google Brasil, as perspectivas são animadoras para a Black Friday de 2023, com o interesse pelas categorias de varejo voltando a crescer depois da pandemia. Ela lembrou que. mesmo faltando quase dois meses para a data, as buscas pelo termo no Brasil cresceram 24% comparado ao mesmo período de 2022.
“As categorias que mais crescem não são as mais tradicionais da Black Friday, e ainda são pouco exploradas pelo varejo e pelas marcas. Elas são heterogêneas. Quanto maior for a granularidade da estratégia, mais assertiva ela será. Além da demanda, é preciso observar o cenário competitivo”, pontuou.
Ainda de acordo com a executiva, para ter sucesso na temporada de Black Friday, os varejistas precisam sair da lógica de massa de oferta e massa de pessoas. “O objetivo é chegar nas pessoas certas com as melhores ofertas. Eles vão lidar com mais de 180 mil possibilidades de jornadas para cada consumidor. Isso traz muitas oportunidades para se conectar com seu público”, complementou.