O Bitcoin (BTC), considerado a principal criptomoeda do mercado, ultrapassou a marca dos US$ 30 mil (cerca de R$ 160 mil) pela primeira vez neste sábado (2).
Durante o dia, cada Bitcoin registrou um preço equivalente a US$ 33.004, uma alta de 12,8% em relação ao fechamento mais recente.
A alta estende um rali que, no ano de 2020, levou o Bitcoin a superar as marcas históricas de 2017, ano em que chegou a encostar na casa dos US$ 20 mil. Em dezembro de 2020, o criptoativo ultrapassou este preço pela primeira vez na história, e seguiu em alta desde então.
Com a forte tomada de risco nos mercados globais a partir de novembro, com a confirmação da eleição de Joe Biden para a Presidência dos Estados Unidos e os resultados dos testes de fase 3 de diferentes vacinas contra a covid-19, o Bitcoin foi favorecido por um fluxo de compra.
Entre outros motivos para o rompimento da máxima histórica, está a procura de grandes investidores que estão sendo atraídos por possíveis ganhos rápidos. Em dezembro passado, a MassMutal, companhia de seguro de vida americana, anunciou um investimento de US$ 100 milhões em Citcoins. Pouco antes, o CEO da MicroStrategy, Michael Saylor, investiu US$ 425 milhões na moeda.
Anteriormente, nomes como Stephen Druckenmiller e Paul Tudor Jones, grandes gestores americanos, afirmaram ter feito aportes na criptomoeda. Em novembro, Ricardo Salinas Pliego, segundo homem mais rico do México, declarou ter 10% do seu portfólio líquido investido na moeda.
Adicionalmente, boa parte da alta veio, de acordo com especialistas, da entrada de novos investidores individuais nos mercados internacionais. A criptomoeda encerrou dezembro com preços pouco acima dos US$ 29 mil.
No ano passado, a criptomoeda acumulou uma alta de quase 200%, sendo que apenas nos últimos três meses do ano valorização foi superior a 100%.
Bitcoin é porto seguro?
Diferentemente de 2017, quando havia uma discussão se o ativo era ou não uma bolha, a maior regulação da moeda por entidades americanas e o inicio da aceitação do Bitcoin por companhias também impulsionou a alta. No começo de novembro, o PayPal informou que passaria aceitar a moeda digital em transações na plataforma.
Para o economista e professor da Unialfa, Luiz Calado, a movimentação sobre o bitcoin reflete também a busca de investidores de proteção contra a inflação, que vem avançando em boa parte do mundo por conta dos recentes pacotes de estímulos à economia. A nova máxima vem no dia em que o noticiário divulgou uma aproximação do congresso dos EUA sobre o acordo de um novo pacote.
“O Bitcoin tem um aumento de base monetária programado, não existe a possibilidade de um presidente de Banco Central alterar isso”, afirma o professor.
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