Após atividades suspensas, “Rei do Bitcoin” admite problemas de liquidez
O “Rei do Bitcoin”, Claudio José de Oliveira, dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), detentor das plataformas de negociação de criptomoedas NegocieCoins e TemBTC, admitiu nesta quinta-feira (3) ter problemas de liquidez.
Desde o mês de maio, os clientes das corretoras não conseguem sacar o saldo parcial ou integral, nem em bitcoins nem em reais. Os casos variam de R$ 200 milhões a R$ 800 milhões. De acordo com Oliveira o problema do saque deve-se a uma fraude realizada em seu sistema por seus clientes.
Em entrevista exclusiva ao site de notícias “Valor Investe”, o “rei do bitcoin” informou que houve uma falha no sistema que forneceu uma brecha tecnológica que fez com que alguns usuários duplicassem o saldo. Desse modo, alegou que os bloqueios são medidas protetivas aos investidores que não “fizeram nada errado”.
De acordo com Oliveira, essa movimentação financeira em seu sistema gerou um prejuízo de R$ 1 bilhão. Além disso, afirmou que por investigação própria identificou esses usuários.
“Eu sei quem são, com base na minha própria investigação interna”, disse o empresário. No entanto, a apuração do site de notícias informa que não há documento que comprove as fraudes. Questionado sobre o porquê, visto que tem o conhecimento dos nomes dos responsáveis, não pagou os outros, o “rei” não conseguiu responder.
Oliveira informou que fez pagamento de R$ 200 milhões, entre reais e bitcoins, porém, os clientes que foram pagos não “agitam” a informação, como aqueles que não foram. Segundo o empresário, são 150 mil clientes nas plataformas, mas que os problemas de maiores pagamentos estão concentrados em apenas 260.
“São só eles que agitam as reclamações. Eu já paguei quase R$ 200 milhões, mas quem recebe não fica falando que está tudo certo”, disse Oliveira.
CVM suspende atividades da empresa do “Rei do Bitcoin”
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ordenou na última terça-feira (1) que o GBB e seus sócios deixem de realizar oferta pública do que a Comissão compreende como contratos de investimento coletivo (CIC) para investimentos em criptomoedas.
Segundo a CVM, esta oferta necessita ter registro da Comissão antes de ser levada ao público, a empresa de bitcoin não tem o registro.
No processo de classificação como um contrato de investimento coletivo, a autarquia avalia se o retorno prometido está diretamente relacionado a um esforço de gestão. A CVM avaliou que, no caso, o resultado do investimento do interessado dependeria da Bitcurrency e de seus executivos, concluindo que se trata de uma oferta pública de valor mobiliário, tornando-se apta apenas com o devido registro.
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Em comunicado, a Comissão afirmou que: “constatou que os envolvidos vêm oferecendo, na página www.btc-banco.com, oportunidade de investimento cuja remuneração estaria atrelada à negociação de criptoativos por equipes de profissionais, utilizando-se de apelo ao público para celebração de contratos que, da forma como vêm sendo ofertados, enquadram-se no conceito legal de valor mobiliário”.
Em resposta, a empresa de bitcoin declarou que: “O GBB está disposto a manter uma agenda positiva com a entidade na troca de conhecimento e informações relevantes que auxiliem nesse momento de evolução do setor no Brasil”.