O Bank of New York Mellon (BONY34) disse que passará a custodiar Bitcoin e outras criptomoedas em seu sistema financeiro. O banco, que é o mais antigo dos Estados Unidos, é o primeiro de grande porte em todo o mundo a tomar tal medida, anunciada nesta quinta-feira (11).
“O BNY Mellon tem orgulho de ser o primeiro banco global a anunciar planos para fornecer um serviço integrado para ativos digitais, como o Bitcoin”, afirmou Roman Regelman, CEO de serviços e chefe digital da instituição, em comunicado à imprensa.
Com isso, o fluxo financeiro do banco — o maior do mundo, com custódia de mais de US$ 40 trilhões — permitirá que criptoativos sejam negociados junto aos outros ativos tradicionais, como ações e títulos públicos. A sua estrutura financeira teve de ser preparada por meses para que possibilitasse a entrada das moedas digitais.
Vale lembrar, contudo, que o BNY Mellon já trabalha com a startup voltada ao mercado de criptos Bakkt para fornecer a segurança da custódia de moedas virtuais ou “o armazenamento geograficamente distribuído” , com o intuito de garantir a segurança de chaves privadas.
“A crescente demanda dos clientes por ativos digitais, a maturidade de soluções avançadas e a maior clareza regulatória apresentam uma grande oportunidade para estendermos nossas ofertas de serviços atuais a esse campo emergente”, salientou Rogelman.
O executivo revelou que a instituição deve começar a oferecer serviços envolvendo Bitcoin aos seus clientes ainda neste ano. Por volta das 13h10, as ações do BNY Mellon operavam em alta de 2,41%, a US$ 42,74.
Bitcoin atrai grandes players do setor financeiro
O BNY Mellon não é a grande instituição integrante do setor bancário a se interessar pelo Bitcoin e ativos digitais. A Fidelity Investments revelou, em outubro de 2018, seus planos para armazenar e negociar bitcoins e Ether, outra grande moeda virtual. Em 2020, foi concedida a aprovação regulatória.
Os gigantes bancos JP Morgan e Citi também estão avaluando oferecer serviços de custódia cripto. No ano passado, o Escritório Controlador da Moeda dos Estados Unidos (OCC, na sigla em inglês) permitiu que bancos e associações federais de poupança abrissem serviços de custódia cripto a seus clientes.
A BlackRock, uma das maiores gestoras de recursos do mundo, adicionou derivativos de Bitcoin como um possível investimento futuro para dois de seus fundos. A medida tomada em janeiro foi a primeira vez que a gestora oferece aos clientes exposição a uma criptomoeda.
O Bitcoin vem chamando atenção de grandes corporações nas últimas semanas, mesmo fora do setor bancário. Nesta semana, a montadora Tesla anunciou que comprou US$ 1,5 bilhão da criptomoeda, equivalente pouco mais de 40 unidades do ativo. A cotação da moeda disparou e atingiu a máxima histórica.