As criptomoedas têm passado por uma onda de vendas no início do ano. O movimento é influenciado pela expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) irá elevar os juros, talvez já em março. A maior criptomoeda, bitcoin, recua 8,7% até agora neste ano, de acordo com a CoinDesk. A segunda maior, o ether, cai 14%.
O movimento se disseminou para as ações de companhias do setor publicamente negociadas. A Coinbase Global recua 12% até agora neste ano, Marathon Digital tem baixa de 21% e Riot Blockchain, de 16%. A MicroStrategy, que faz software para empresas, mas investiu bilhões em bitcoin, cai 16%.
A maioria dos observadores acredita que US$ 40 mil é um nível mínimo para os que projetam avanço do bitcoin. Para o analista Naeem Aslam, o preço das criptomoedas “deve seguir volátil, diante do Fed hawkish“.
Ao longo dos dois últimos anos, o bitcoin teve um forte rali e todo o mercado de criptomoedas passou a ser parte do mainstream financeiro. Investidores tradicionais entraram nesse segmento, mas o salto pode ser uma faca de dois gumes.
“Uma forte queda nos preços do bitcoin pode aumentar a aversão ao risco dos investidores e levar a um recuo no investimento em mercados acionários”, afirmaram analistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em texto publicado na semana passada no blog da instituição.
Nas duas primeiras semanas, as criptomoedas e as bolsas de Nova York recuaram, com a perspectiva de aperto monetário pelo Fed. Após atingir US$ 2,97 trilhões em valor de mercado em novembro, o valor de todo o mercado de criptomoedas recuou 34%, a US$ 1,97 trilhão, segundo a CoinMarketCap. O bitcoin recua 39% de seu recorde de US$ 68.990 atingido em 10 de novembro, segundo a CoinDesk.
B3 quer lançar novos produtos de criptomoedas em 2022
A B3 (B3SA3) disse nesta na semana passada que tem a intenção de realizar novos projetos com criptomoedas ao longo de 2022 e 2023.
Em entrevista ao Valor Econômico, o vice-presidente de operações da B3, Jochen Mielke de Lima disse que um dos próximos passos é promover um mercado futuro para moedas digitais, além de infraestrutura para corretoras.
Ele lembra que já existem alguns fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) que acompanham a movimentação de criptos como o Bitcoin (BTC).
De acordo com Jochen, haverá novidades “nos próximos meses” a respeito do mercado futuro para Bitcoin, Ethereum (ETH) e outras moedas.
A publicação menciona ainda que uma das oportunidades do mercado está na quantidade de corretoras de criptomoedas ativas. “Temos em torno de 30 corretoras de cripto nacionais, fora as internacionais que atuam aqui. Poderíamos oferecer um serviço para facilitar e padronizar as operações delas. Acredito que tenha algo a explorar no fornecimento de serviços de custódia e no processo de liquidação”, disse ao jornal.
(Com informações da Agência Estado)
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