O Bitcoin superou a marca de US$ 18 mil dólares (cerca de R$ 96 mil) nesta quarta-feira, em seu maior preço desde dezembro de 2017. A criptomoeda avança, por volta das 13h20, 1,94%, estendendo seu rali em 2020 após cair no começo do ano para cerca de US$ 4 mil.
Diferentemente de em 2017, quando havia uma discussão sobre bolha em cima do ativo, o Bitcoin para muitos está se movimentando agora por conta do crescimento de sua aceitação. Há duas semanas, o PayPal passou a permitir que usuários nos Estados Unidos comprem e vendam utilizando a moeda digital.
Além disso, grandes nomes do mundo dos negócios afirmaram interesse na moeda. Depois de Stephen Druckenmiller e Paul Tudor Jones, grandes gestores americanos, dizerem que acompanham e investem no Bitcoin, ontem foi a vez do bilionário mexicano Ricardo Salinas Pliego, segundo homem mais rico do país, afirmar que tem 10% do seu portfólio líquido (não do patrimônio) investido no ativo.
Em um tweet, Pliego recomendou um livro sobre Bitcoin chamado “The Bitcoin Standard” e afirmou que a moeda protege os cidadãos da expropriação do governo. A publicação teve quase mil compartilhamentos e 4 mil curtidas.
Para o economista e professor da Unialfa, Luiz Calado, a movimentação do mercado para a moeda digital acontece pelo motivo citado por Pliego. “O Bitcoin tem um aumento de base monetária programado, não existe a possibilidade de um presidente de Banco Central alterar isso”, afirma.
Com o recente movimento de aumento na base monetária de muitos países, por conta dos estímulos à economia voltados a frear a recessão causada pelo coronavírus, a inflação está sendo vista em vários países. No Brasil, em outubro e setembro, o IPCA avançou nos seus maiores níveis da série histórica para os dois meses. Na Europa, a tendência também é de alta, com o Banco Central Europeu recalculando sua meta.
Com essa movimentação, Calado acredita que os investidores veem o Bitcoin como um porto seguro e pensam: ‘aqui nenhum banqueiro central vai conseguir emitir moeda e meu patrimônio estará fora de risco’.
No mês de outubro, a moeda digital valorizou 28,50%. No ano, até agora, o Bitcoin sobe 166%. Para muitos analistas, o caminho é certo para quebrar o recorde histórico de US$ $19,783 mil, atingido há três anos. A capitalização do mercado atual da moeda é de US$ 335 bilhões.