Em queda livre, o Bitcoin apagou os ganhos do ano nesta terça-feira (22), atigindo o menor patamar desde o início de janeiro. A maior criptomoeda do mundo chegou a ser negociada a US$ 30 mil no início do dia, com o aperto do cerco de autoridades governamentais.
A última má notícia para a moeda digital é a aceleração da repressão do governo da China aos mineradores de Bitcoin. Cerca de 65% da mineração global da cripto é realizada no país.
Desde o dia 13 de abril, quando atingiu seu maior patamar, a US$ 64,37 mil, o Bitcoin caiu 52%. Quem comprou a criptomoeda no primeiro dia do ano e segurou até a máxima, estava com um ganho de 117%. Se permaneceu com o ativo até hoje, o lucro é de apenas 5%.
A moeda vem de sete quedas consecutivas nos últimos oito dias, sequência negativa interrompida no último domingo (20), quando registrou uma leve alta de 0,13% em 24 horas.
Algumas minas de Bitcoin em Sichuan, localizada na parte ocidental da China, foram fechadas no fim de semana por ordem do Partido Comunista. A repressão na província segue o mesmo padrão das regiões da Mongólia e Yunnan. O consumo de energia tem sido o principal alvo de preocupação do governo.
Embora questionado por personalidades como o CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk, e a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, o custo energético do Bitcoin é menor do que outros setores da economia, segundo pesquisas.
Repressão leva a migração de mineradores
Antes conhecida como 500.com, a BIT Mining, empresa que mineração de Bitcoin, tem levado suas operações da província de Shenzhen para o Cazaquistão.
O primeiro lote dos equipamentos para as atividades foi enviado na última segunda-feira (21). Foram 320 máquinas de mineração com alto poder computacional. Serão enviadas mais 2,6 mil máquinas.
A decisão da empresa, listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), foi tomada após o governo de Sichuan, principal núcleo hidrelétrico da China, ordenar o fechamento de 26 fazendas de mineração da criptomoeda.
É um exemplo da veloz resposta que muitos mineradores do país estão apresentando frente às recentes ordens de Xinjiang e Sichuan.
Sardinhas largam e tubarões compram Bitcoin
Em meio a mais uma das várias correções de preço na história do Bitcoin, a MicroStrategy (NASDAQ: MSTR) comprou mais US$ 489 milhões (cerca de R$ 2,44 bilhões na cotação atual) da criptomoeda.
A aquisição foi anunciada ontem pelo CEO da empresa, Michael J. Saylor. Agora o balanço da empresa conta com 105 mil bitcoins, o equivalente a US$ 3,33 bilhões com base no preço corrente.
O crash da criptomoeda não parece assustar a empresa, que amplia sua liderança na lista de companhias que investem no ativo. No início deste mês, a MicroStrategy realizou uma oferta de títulos de dívida, de aproximadamente US$ 500 milhões, com o objetivo de adquirir mais Bitcoin.
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