A Biosev (BSEV3) afirmou na noite desta quinta (29), em comunicado ao mercado, que as suas negociações com a Raízen, joint venture entre a Cosan (CSAN3) e Shell, tem avançado, confirmando uma notícia do jornal Valor Econômico que deu detalhes sobre a operação na manhã de ontem.
Segundo o comunicado, a Biosev deve se tornar subsidiária da Raízen em uma movimentação que criará uma gigante do setor da produção sucroalcooleira, com as duas sendo as duas maiores do país .
A incorporação deve criar um grupo com capacidade instalada de produzir 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, cerca de 15% da moagem de cana do Centro-Sul. Na última safra, a Raízen faturou R$ 30 bilhões e a Biosev R$ 7 bilhões.
A Raízen deve elevar sua partição de mercado para 13% com a movimentação. Apesar de não haver ainda uma concordância total entre os pontos da negociação, a Biosev já encaminhou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, um documento de potencial transação.
Endividamento da Biosev é obstáculo na negociação
A Raízen, a maior do mercado, busca adquirir sua principal concorrente há mais de um ano, apesar da notícia ter se tornado pública apenas em setembro de 2020.
A expectativa é que a negociação se dê a partir da troca de ações, mas haveria discordância dentro da controlada da Cosan sobre a incorporação das pesadas dívidas da Biosev junto com a empresa. Há a possibilidade do pagamento em dinheiro, a depender do desconto que a incorporada conseguir com bancos credores.
No comunicado ao mercado, a Biosev afirma a existência do problema do seu endividamento, com seus títulos a serem renegociados, e também que o Terminar Exportador de Açúcar do Guarujá. O documento afirma também que o mais provável é que a a companhia se torne uma subsidiária da Raízen.
A Biosev finaliza afirmando que a notícia de ontem não criou oscilações atípicas em seu papel e que irá esclarecer qualquer ponto que se tornar necessário sobre o compromisso de manter o mercado informado.