Após covid-19, BioNTech quer usar tecnologia para desenvolver vacina contra o câncer
Depois de vencer a corrida pela entrega da vacina contra o novo coronavírus (covid-19) ao lado da parceira Pfizer (PFIZ34), o laboratório alemão BioNTech se prepara para usar a tecnologia para desenvolver um imunizante contra o câncer. [Baixe agora o relatório gratuito de BDRs]
No ano passado, o casal de médicos pesquisadores Ugur Sahin e Özlem Türeci, os fundadores da BioNTech, tornaram-se mundialmente famosos por unir forças com a farmacêutica americana Pfizer e entregar, em questão de 11 meses, a primeira vacina contra covid-19 aprovada por uma agência reguladora.
O produto fruto da parceria utiliza a tecnologia de RNA mensageiro, ou RNAm, para enviar instruções a células do corpo humano, a partir das quais elas produzem proteínas responsáveis pela defesa imunológica. Esta foi a primeira vacina já desenvolvida a usar a técnica.
Mas a ideia não é de todo nova, pelo menos não quando falamos de tumores. Sahin e Türeci trabalhavam há anos em uma maneira de aproveitar o processo para combater células cancerígenas. O que ocorreu foi: quando ouviram de uma nova pandemia no radar, decidiram aplicar a tecnologia em um problema mais urgente.
Agora, os pesquisadores já se preparam para realizar o sonho de enfrentar tumores a partir da técnica de RNAm.
BioNTech quer vacina contra o câncer
Em entrevista à Associated Press, a co-fundadora da BioNTech, Özlem Türeci, disse já ter “várias” vacinas diferentes baseados no RNAm para combater tumores.
Questionada pela agência sobre quando elas ficariam disponíveis, a médica afirmou ser “muito difícil de prever”. “Mas esperamos que dentro de apenas dois, nós tenhamos também vacinas [contra] o câncer em um lugar onde possamos oferecê-las a pessoas.”
No curto prazo, contudo, a equipe da BioNTech busca garantir que as vacinas encomendadas sejam entregues e que os produtos respondam efetivamente a qualquer nova mutação do vírus.