Bilionário chinês crítico do governo é condenado a 18 anos de prisão
O bilionário chinês Sun Dawu, crítico do governo da China, foi condenado a 18 anos de prisão pelo governo chinês após “provocar brigas e problemas”.
O Sun Dawu é do ramo da agricultura, sendo dono da Hebei Dawu Agricultural and Animal Husbandry Group, com cerca de 9 mil colaboradores envolvidos na produção de proteínas.
Anteriormente, em março, ele já havia sido preso. Segundo uma conta oficial do governo no WeChat, Dawu foi preso por “reunir uma multidão para atacar as instituições do estado, obstruindo o serviço público, provocando brigas e provocando problemas, interrompendo a produção e operação, conduzindo comércio coercitivo, mineração ilegal, ocupação ilegal de terras agrícolas, absorção ilegal de depósitos públicos”.
Além da prisão, Dawu recebeu uma multa de 3,11 milhões de yuans (US$ 480.000). Juntamente com ele, 19 executivos de sua empresa foram presos e familiares, que tiveram sentenças que variam de 15 meses até 12 anos de detenção.
Na condenação, o governo da China também sentenciou sua esposa e seus filhos à prisão.
O empresário já estava em litígio com o próprio governo por causa das áreas e já havia ficado na mira do Partido Comunicas Chinês com suas críticas públicas logo depois de um surto de febre suína que dizimou boa parte do rebanho chinês.
Há semanas, CHRD já havia citado ofensiva contra bilionário chinês
Ainda em 14 de julho, o grupo de defesa dos Defensores dos Direitos Humanos da China (CHRD) citou que Sun estava sendo levado a julgamento “como uma tentativa descarada de punir Sun por seu apoio aos direitos humanos”.
“Sun Dawu fez contribuições extraordinárias para melhorar a vida dos cidadãos chineses que vivem na China rural. Seu apoio aos defensores de direitos foi uma extensão de sua preocupação com o bem-estar das pessoas à margem da economia chinesa”, disse Ramona Li, pesquisadora sênior e defender o CHRD, em um comunicado na época.
A sentença do bilionário chinês, assim, entoa uma ofensiva do governo chinês para reprimir empresas privadas, já que em conjunto de diretrizes divulgado em 2020 o governo citou que o setor precisava de “pessoas politicamente sensíveis” que “ouvissem o partido com firmeza”.