As grandes empresas de tecnologia, ou big techs estão enfrentando o avanço dos esforços de regulamentação do setor na Europa, Ásia e Estados Unidos desde que entraram em vigor novas leis que podem colocar limites a como essas companhias tratam concorrentes menores.
Alguns dos regramentos impostos às big techs podem proibir práticas comuns: como empresas que dão a seus próprios produtos um impulso em suas plataformas, algo que pode ter um impacto operacional, dizem executivos e analistas.
Ao mesmo tempo, reguladores globais estão avançando em dezenas de investigações relacionadas à concorrência e privacidade que podem levar a mais do que apenas multas para gigantes da tecnologia.
Em consideração, de acordo com reguladores e executivos, estão ordens ou acordos que podem cortar os fluxos de dados transatlânticos, atrapalhar alguns tipos de publicidade digital, atrasar grandes mudanças de produtos ou forçar a supervisão contínua das atividades.
Até o momento, a regulamentação crescente teve pouco efeito sobre os resultados corporativos no Vale do Silício.
O valor de mercado de cinco das maiores empresas de tecnologia do mundo é de US$ 9,31 trilhões, quase quatro vezes mais do que cinco anos atrás, quase o dobro do crescimento do índice S&P 500 no período época.
Mas isso pode estar mudando. A nova onda de escrutínio já tornou mais difícil para as empresas lucrar com o potencial de crescimento das aquisições, diz o chefe de pesquisa de internet da Evercore, Mark Mahaney.
Em novembro, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido instruiu o Facebook, da Meta Platforms, a vender a empresa de imagens animadas Giphy, dizendo que a aquisição limitaria a concorrência entre plataformas e anunciantes do Reino Unido. O Facebook diz que o acordo beneficia os consumidores e apelou.
Big techs miram impacto das mudanças
As empresas de tecnologia também estão fazendo outras mudanças. O Facebook (FBOK34) anunciou em novembro que encerraria seu sistema de reconhecimento facial em parte por causa de possíveis regulamentações.
Já Google (GOOGL34), da Alphabet, concordou em trabalhar em estreita colaboração com a Autoridade de Concorrência e Mercados em seu plano de remover cookies, que rastreiam atividades online, de seu navegador Chrome.
Agora, os executivos da empresa estão analisando como criar novos processos de apelação para remoções de conteúdo no serviço de vídeo do YouTube e retrabalhando como ele lida com informações de usuários e parceiros internamente, diz Kent Walker, vice-presidente sênior de assuntos globais.
Embora as empresas de tecnologia digam que concordam que o setor precisa de novas regulamentações, elas estão se opondo a algumas propostas específicas – em parte por causa do impacto que elas podem ter.
Alguns executivos dizem temer que os requisitos nas regras de conteúdo online propostas possam incentivar as big techs a remover o conteúdo com o qual apenas discordam, esfriando a liberdade de expressão.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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