O presidente norte-americano Joe Biden disse hoje (24), em Bruxelas, durante um encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que a Rússia deveria sair do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. O encontro ocorre um mês após o início da invasão russa na Ucrânia.
“Acho que a Rússia tem que sair do G20, mas isso depende do G20. Apesar de a Indonésia e outros países não concordarem, acho que deveríamos, no meu ponto de vista, permitir que a Ucrânia participe desses encontros do G20”, disse Biden.
Além da Indonésia, a China também defende a permanência da Rússia no G20. “A Rússia é um país membro importante [do G20] e nenhum membro tem o direito de expulsar outro país”, disse o porta-voz das relações exteriores da China, Wang Wenbin.
O presidente americano falou também que, na reunião da Otan, defendeu que as sanções contra a Rússia devem ser duradouras. “Sanções não têm a ver com dissuasão. O sentido das sanções é aumentar a dor. Por isso convoquei esse encontro da Otan, para garantir que a gente vai manter o que está fazendo agora, não apenas no mês que vem, mas durante todo o ano. Precisamos demonstrar nossa união e o mundo seguir focado em quão brutal esse homem [Putin, presidente russo] é e em quantas vidas inocentes estão sendo perdidas”, afirmou.
A jornalistas, Biden disse ainda que a Otan e a União Europeia deveriam criar um sistema que possa monitorar os países que violam sanções. Além disso, comentou sobre uma possível carência de alimentos e reconheceu que as sanções afetam o mundo todo.
“O preço das sanções não pesa apenas sobre a Rússia, mas sim sobre muitos outros países, incluindo países europeus e o nosso país também. E como a Rússia e a Ucrânia têm sido grandes produtores de trigo para a Europa, tivemos um grande debate no G7. Os Estados Unidos são o terceiro maior produtor de trigo do mundo e conversamos com o Canadá, que é um produtor muito importante, para ver como nós podemos aumentar e distribuir mais rapidamente essa produção de alimentos para evitar carência”.
Contra Rússia, Otan decide ampliar defesas no flanco oriental da aliança militar
Líderes da aliança militar do Ocidente se reuniram hoje (24) em Bruxelas para discutir a guerra entre Rússia e Ucrânia. Após o encontro, ficou definido que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai incrementar o número de tropas em países ao Leste da aliança, mais especificamente na Eslováquia, Romênia, Bulgária e Hungria.
“Permanecemos unidos e decididos em nossa determinação de nos opormos à agressão russa, ajudar o governo e o povo da Ucrânia e defender a segurança de todos os aliados”, diz o comunicado assinado pelos líderes dos 30 países que formam a aliança.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, fez novamente um apelo aos países do Ocidente por uma zona de exclusão aérea, para que aviões russos pudessem ser abatidos durante voos sobre a Ucrânia.
Os líderes da Otan, no entanto, seguem com o entendimento de não intervenção direta na invasão e ocupação da Rússia na Ucrânia, para evitar uma escalada de tensão e uma guerra de maiores proporções.
Com Agência Brasil
Notícias Relacionadas