Biden anuncia mais sanções contra a Rússia: “Invasão à Ucrânia vai custar caro a Putin”

O presidente dos EUA Joe Biden discursou nesta quarta pela primeira vez após a ofensiva que invadiu a Ucrânia. Biden anunciou mais sanções à Rússia, chamou o presidente Vladimir Putin de “agressor” e disse que a operação militar “vai custar caro ao país”.

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Biden afirmou que houve uma flagrante violação da soberania da Ucrânia e avisou que vai autorizar mais sanções econômicas à Rússia. “Essas restrições vão afetar a economia do país, seu negócios internacionais, o sistema financeiro e até o aparato militar russo.”

O presidente dos EUA declarou que há “US$ 1 trilhão de bens congelados” nos EUA, afetando quatro grandes bancos russos e 90 entidades financeiras. “Os EUA vão impor também sanções aos oligarcas russos, para limitar operações no país e fora dele”, avisou Biden.

Biden anunciou que todos os ativos dos bancos russos nos Estados Unidos (EUA) serão congelados. “Temos US$ 1 trilhão em ativos congelados; um terço dos bancos russos serão cortados do sistema financeiro SWIFT”, revelou. O sistema SWIFT é uma cooperação internacional que conecta instituições financeiras em mais de 200 países, e que é controlado pelos bancos centrais dos países que integram o G-10 – grupo das 10 maiores economias do mundo.

Biden disse que os EUA reduzirão o acesso da Rússia à tecnologia e a financiamentos em setores estratégicos, como o aeroespacial. “Nossas ações afetarão mais da metade das exportações de alta tecnologia”, complementou.

O presidente norte-americano destacou ainda que “Os EUA não estão fazendo isso sozinhos, Há meses estamos construindo uma coalizão de parceiros”, disse, citando França, Austrália, Reino Unido, e Nova Zelândia. Momentos antes da entrevista, Biden já havia alinhado as sanções anunciadas com os outros líderes do G7 – grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. “Estão todos aliados”, informou.

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O presidente americano mencionou também a redução de importação de tecnologia russa, “o que terá peso estratégico, ao impactar o programa espacial do país e as forças aéreas, enfraquecendo a ação militar”.

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Biden acrescentou que está marcada para esta sexta (24) uma reunião com 30 países da Otan (Organização do Atlântico Norte), incluindo nações do leste europeu como Estônia, Polônia, Lituânia e Letônia. O encontro, segundo o presidente dos EUA, decidirá por mais sanções contra a Rússia e vai estabelecer estratégias para defender países vizinhos de “possíveis investidas russas”.

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E garantiu: “Os EUA não entrarão em conflito direto com a Rússia. O que faremos é dar apoio humanitário aos ucranianos e suporte militar ao país e a nações do leste europeu. Vamos enviar mais soldados à Polônia e Alemanha. A ideia é proteger os países da Otan e a Ucrânia. ”

Completou: “Existe sim uma ruptura total das relações com a Rússia, se ele continuar nesse caminho de agredir a Ucrânia.”

Biden: “Putin foi longe demais”

Biden repetiu: “Putin foi longe demais, com um duro golpe contra a Ucrânia e uma grande ameaça e perigo à Europa e aos princípios da paz. Não pode ficar sem resposta. É um pária internacional. As sanções vão detê-lo. Ele não quer apenas a Ucrânia. Pretende retomar outros países que faziam parte da antiga União Soviética”

O presidente mencionou no discurso que vai “fazer de tudo” para garantir o suprimento de petróleo, com o apoio de países aliados. “Não haverá aumento da gasolina. Os americanos não sofrerão com a alta dos combustíveis”, disse Biden, sem especificar como fará para impedir a alta do petróleo e a possível falta da commodity.”

Sobre os fornecimentos de combustíveis e gás natural, o político pediu para que as petrolíferas norte-americanas não se aproveitem da situação para aumentar preços. Ele garantiu que os EUA estão se coordenando com produtores de petróleo para garantir o fornecimento de energia global, e que há reservas de petróleo disponíveis.

“Este foi um ataque premeditado”, disse Biden. Ele lembrou que, durante muitas semanas vinha alertando o mundo do que ocorreria. E, segundo ele, quando o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), estava prestes a se reunir, Putin atacou a Ucrânia

Joe Biden disse que, em conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, realizada ontem (23), garantiu que ajudaria na condução do país oferecendo “alívio militar”, mas não explicou o que significaria isso.

De acordo com Joe Biden, o presidente russo, Vladimir Putin, usou diversas desculpas para invadir o país vizinho, mas nenhuma se mostrou verossímil. “A escolha de Putin não se justifica. Nunca foi uma questão de se defender mas de proteger o império”, disse.

Um encontro de 30 aliados da Organização do Atlântico Norte (Otan) deve acontecer amanhã (25) para definir os próximos passos em relação às ações de guerra da Rússia. Na hipótese de futuras agressões a nações já integradas no tratado, Biden afirmou que “os Estados Unidos vão defender os aliados com toda sua força. A Otan está mais unida do que nunca.”, disse.

O presidente disse que ainda não está pronto para revelar qual posicionamento foi negociado com a China sobre o conflito.

 Após discurso de Biden, Tesouro dos EUA detalha sanções à Rússia

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos detalhou nesta quinta-feira, em comunicado, as sanções de caráter financeiro que o país vai aplicar contra a Rússia, em retaliação à ofensiva militar iniciada nesta data contra a Ucrânia. As medidas miram 80% dos US$ 46 bilhões em ativos bancários russos negociados diariamente, por meio de ações contra os dois maiores bancos do país, o Sberbank e o VTB, além de mais de 90 entidades financeiras subsidiárias em todo o mundo.

Segundo o Tesouro, a “vasta maioria” das transações feitas na Rússia serão interrompidas após as sanções. O Departamento também vai proibir indivíduos nos EUA de negociar novos títulos de dívida com vencimento superior a 14 dias e novas ações emitidas por companhias estatais russas e entidades que operam no sistema financeiro russo.

A medida “limita a capacidade da Rússia de financiar sua invasão contra a Ucrânia ou outras prioridades do presidente Vladimir Putin”, disse o órgão norte-americano.

O departamento ainda nomeou autoridades do Kremlin que ficarão sob sanção americana, além de pessoas próximas. São eles: o Representante Presidencial Especial para Proteção Ambiental, Ecologia e Transporte, Sergei Borisovich Ivanov, e seu filho Sergei Sergeevich Ivanov; o Secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Platonovich Patrushev, e seu filho Andrey Patrushev; e o CEO da petroleira Rosneft, Igor Ivanovich Sechin, e seu filho Ivan Igorevich Sechin.

O CEO do Sberbank, Alexander Vedyakhin, e os executivos do VTB Andrey Puchkov e Yuriy Soloviev – e sua esposa, Galina Ulyutina – também sofrerão sanções. Por fim, o Tesouro americano ainda vai impor medidas contra 24 entidades e indivíduos de Belarus por conta da sua cooperação com Moscou.

Em outro comunicado, a Casa Branca detalhou medidas voltadas a restringir a exportação de produtos à Rússia. Entre eles, itens fabricados nos EUA ou que tenham parte da produção americana não poderão ser usado para fins militares russos. A Casa Branca também vai proibir importação de alta tecnologia do país, como semicondutores, produtos de telecomunicações e segurança.

Depois de Biden falar à imprensa, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que as ações adotadas pelo governo americano vão “degradar” a capacidade do governo de Vladimir Putin de ameaçar a estabilidade e paz europeias. Caso necessário, a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) prometeu novas sanções contra os russos.

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Com Agência Brasil e informações do Estadão Conteúdo

 

 

Marco Antônio Lopes

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