Bolsa de Valores: veja 5 BDRs para ficar de olho
Desde a liberação dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs), na última quinta-feira (22), passou a ser possível para pequenos e médios investidores comprar e vender papéis que replicam ações de gigantes estrangeiras como Apple, Microsoft, Amazon, Google e Alibaba, diretamente na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Os BDRs são ativos que o investidor brasileiro pode adquirir visando investimentos em companhias de fora do circuito nacional. Diferentemente das ações comuns, no entanto, os BDRs são títulos representativos dos papéis de empresas estrangeiras, listadas no exterior.
Esses ativos oferecem uma alternativa para companhias de fora do Brasil captarem recursos no mercado nacional, ao mesmo em que possibilita ao investidor se expor ao mercado internacional e diversificar seus investimentos em geografias diferentes, de modo a atenuar os riscos e a volatilidade de sua carteira.
Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) conferiu o sinal verde para o regulamento da B3 que ampliou o universo dos BDRs a investidores em geral, antes restrito para aqueles com mais de R$ 1 milhão para aportes, os chamados “investidores qualificados”.
Por essa razão, o SUNO Notícias reuniu, com base nos apontamentos do analista CNPI da SUNO Research Alberto Amparo e do especialista em renda variável João Artur, alguns BDRs interessantes para ficar atento. Nesse sentido, reforçando que esta não é uma recomendação de investimento, confira cinco BDRs para não perder de vista:
JPMorgan Chase
O JPMorgan Chase & CO (B3: JPMC34) é um dos principais grupos financeiros do mundo e o maior banco dos Estados Unidos, com um valor de mercado de US$ 316,4 (equivalente a R$ 1,78 trilhão) e cerca de US$ 2 trilhões em depósitos.
A companhia é líder nos segmentos de investment banking, serviços financeiros voltados para os consumidores e pequenas empresas, commercial banking, processamento de transações financeiras e gerenciamento de ativos. A instituição atende milhões de clientes dentro e fora dos Estados Unidos e algumas das maiores corporações do planeta, clientes institucionais e governamentais.
O JPMorgan foi o primeira empresa dos Estados Unidos a reportar seus resultados trimestrais e abriu a temporada de balanços com tapete vermelho. A companhia registrou um lucro líquido de US$ 9,44 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 4% ante mesmo período de 2019. Com isso, o lucro por ação (LPA) ficou em US$ 2,92, enquanto analistas consultados pela FacSet esperavam um resultado de US$ 2,23 por ação.
A receita bruta do grupo permaneceu estável no período, com uma leve queda de 0,47% na mesma base de comparação, para US$ 28,29 bilhões, enquanto os analistas previam um patamar de US$ 28,22 bilhões. O JPMorgan destinou US$ 611 milhões para Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), abaixo da projeção dos analistas e em relação ao montante reservado no segundo trimestre, de US$ 10,47 bilhões.
Os BDRs do JPMorgan fecharam o pregão da sexta-feira (24) em alta de 1,44%, cotados a R$ 58,62. Os títulos já recuperaram boa parte do valor após despencarem em março por conta da crise do novo coronavírus, mas ainda constituem um papel interessante para ficar de olho.
Alphabet (Google)
O Google dispensa apresentações. É o mecanismo de busca mais usado do planeta, além de se firmar como um dos endereços de multiplataforma na internet mais visitados nos Estados Unidos. A companhia é a mais importante subsidiária do conglomerado Alphabet (B3: GOGL35), criado em 2015 e que atua como controlador do Google e de várias outras empresas.
“Se você acredita que ‘informação é o novo petróleo‘, o Google é a empresa número um, sendo líder em diversas plataformas, como: Google Search — ferramenta de busca numero um do mundo; YouTube — site de vídeos número um do mundo; Android — sistema operacional de celular número um do mundo; Chrome — navegador número um do mundo; Google Maps e Waze — aplicativos de mapeamento mais utilizados do mundo; e Gmail — plataforma de email mais utilizada”, ressaltou Amparo.
O Google possui uma posição competitiva forte, com uma barreira de entrada significativa. Além disso, a receita com propaganda online, principal produto gerador de valor da empresa, registra uma tendência de crescimento no longo prazo. O orçamento de marketing das companhias apresenta cada vez mais sinais de migração para o ambiente digital. Nesse sentido, o Google, como um dos maiores canais de propagandas online, pode se beneficiar desse movimento.
Além disso, o gigante do Vale do Silício detém ativos intangíveis extremamente valiosos, que coleta com base na navegação online, reunindo informações de comportamento, que podem ajudá-la a impulsionar o modelo de negócios, de bilhões de usuários.
Atualmente, o Google também enfrenta um processo aberto pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que acusa a companhia de manter um monopólio ilegal em relação a buscas e anúncios online. A empresa alegou que o processo é “profundamente falho”.
Os recibos de ações do Google cotados na Bolsa de Valores de São Paulo fecharam a última sessão em alta de 1,60%, a R$ 61,56.
Berkshire Hathaway
A Berkshire Hathaway (B3: BERK34) é dos nomes mais renomados do mercado financeiro. O conglomerado é gerido por nada mais, nada menos do que Warren Buffett e Charlie Munger, dois dos mais maiores investidores da história.
A Berkshire é uma holding “bastante diversificada, controlando mais de 60 subsidiárias além de possuir um portfólio de ações com valor de mercado atual de aproximadamente US$ 250 bilhões”, destacou o analista CNPI da Suno Research.
A equipe corporativa da companhia é participa e é responsável pelas decisões de alocação de capital e atividades de investimento. Entre as atividades empresarias mais relevantes destacam-se as empresas de seguros conduzidas em base primária e base de resseguros; de transporte ferroviário de mercadorias; e de geração e distribuição de energia e serviços públicos.
Além disso, a companhia possui e opera um grande número de negócios de diversos setores da economia, incluindo participações em empresas de capital aberto, como a Apple (B3: AAPL34).
Atualmente, os títulos lastreados nas ações da Berkshire Hathaway estão cotados, na bolsa brasileira, na casa dos R$ 1.200,37.
O Facebook (B3: FBOK34) é líder no segmento de redes sociais. Além da própria rede social Facebook, a companhia é dona do Instagram e do WhatsApp, as três plataformas digitais, com exceção do Youtube, mais usadas do Brasil, de acordo com dados do Reuters Institute News Reports 2020.
A empresa visa produzir plataformas e produtos cativantes que permitam a conexão e compartilhamentos de informações com família, amigos e pessoas em geral através de dispositivos móveis, computadores e outros meios. Nesse sentido, a companhia objetiva viabilizar a conexão interpessoal por meio de suas plataformas.
A maior parte da receita do Facebook é oriunda de anúncios e propagandas introduzidas em suas redes. Além disso, a companhia registra um enorme banco de dados, construído com base nas informações coletadas de usuários, como cliques, likes, compartilhamentos, tempo, etc; o que eleva seu poder de direcionar propagandas para determinados usuários. Assim como o Google, a empresa apresenta um grande espaço de crescimento, em vista da migração do orçamento de marketing.
Apesar disso, o Facebook também enfrenta o escrutínio da sociedade civil e do parlamento norte-americano devido à política agressiva em relação a concorrentes.
Após o recente desdobramento, os BDRs do Facebook estão negociados na B3 em torno do preço de R$ 57,20.
Disney
Outra gigante, a The Walt Disney Company (B3: DISB34) é a chave de ouro que encerra a lista de BDRs interessantes para manter os olhos abertos. Conhecida apenas pela alcunha de Disney, a empresa é uma multinacional norte-americana de mídia e entretenimento.
A companhia atua principalmente por meio de seus estúdios, com destaque para o Walt Disney Studios, um dos maiores e mais conhecidos do circuito norte-americano; parques e resorts; e produtos de consumo e mídia interativa. A Disney também possui e opera a rede de transmissão da ABC; redes de televisão a cabo, como Disney Channel, ESPN, A & E Networks e Freeform.
Com isso, a empresa apresenta “um vasto portfólio de propriedades intelectuais e uma tendência secular favorável, apesar de ter sido impactada pela pandemia (com fechamento de parques, por exemplo)”, salientou Amparo.
Recentemente, a companhia anunciou que vai realizar 28 mil demissões por conta do fechamento de seu principal parque, o Disneyland, em meio à pandemia de covid-19. A unidade é a única que não retomou pelo menos parte de suas atividades regulares.
Por aqui, o assunto é outro: a chegada do Disney+. Os brasileiros aguardam a estreia, prevista para 17 de novembro, do serviço de streaming da empresa, que promete competir lado a lado com as plataformas do Netflix (B3: NFLX34), da Amazon (B3: AMZO34) e da Globo.
Até lá, os BDRs da Disney estão disponíveis na Bolsa de Valores de São Paulo com um preço em torno de R$ 724,00, conforme fechamento da última sexta-feira.
As informações publicadas nesta matéria não representam uma recomendação de investimento. Para escolher os melhores BDRs da Bolsa de Valores, o investidor tem de ser diligente e ter o longo prazo como aliado — e a SUNO Research pode ajudar.