BCE diz que pode ajustar política monetária considerando riscos relacionados às mudanças climáticas
Isabel Schnabel, dirigente do Banco Central Europeu (BCE) defende que a instituição deve adaptar os modelos macroeconômicos para que eles levem em considerações os riscos relacionados às mudanças climáticas.
Na abertura de um evento virtual que aconteceu nesta segunda-feira (14), a dirigente disse que “o BCE poderia ajustar suas operações de política monetária de forma mais gradual, de acordo com as considerações de sustentabilidade”.
Schnabel citou uma série de sugestões que poderiam contribuir para a melhor avaliação do impacto climático. Um deles seria eliminar a compra de ativos em setores que emitem altos níveis de gases poluentes. “Essas políticas têm uma desvantagem de eliminar os incentivos para que empresas em setores intensivos em carbono reduzam suas emissões de gases de efeito estufa”, ponderou ela.
Para a dirigente, os bancos centrais têm papel importante para guiar os mercados financeiros na transição para a economia verde. “Ao fornecer indicações antecipadas de nossas medidas de política planejadas e dar um exemplo para outros participantes do mercado financeiro, podemos atuar como um catalisador para ajudar a acelerar a transição da sociedade para uma economia neutra em carbono, de acordo com nosso mandato”, ressaltou.
Veja também:
Para BCE, ainda é ‘cedo’ para debater fim do programa PEPP
Também nessa segunda-feira, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou em entrevista ao portal Politico que ainda é “cedo” para debater o fim do programa emergencial de compras de ativos, conhecido como PEPP, porque ele estaria “indo na direção certa”.
“Você não remove as muletas de um paciente até que os músculos tenham começado a se reconstruir o suficiente para que ele possa andar com suas próprias pernas. O mesmo se aplica à economia”, declarou a presidente do BCE, na entrevista. “Precisamos realmente ancorar a recuperação”, acrescentou.
Na mais recente decisão de política monetária, em 10 de junho, o BCE manteve o volume do PEPP em 1,85 trilhão de euros e reiterou que continuará comprando bônus em ritmo “significativamente” mais rápido do que no começo do ano, como forma de ampliar a liquidez no sistema financeiro.
Com informações do Estadão Conteúdo