A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, avalia que a perspectiva de médio prazo para a inflação da zona do euro permanece moderada, apesar da forte alta recente. Portanto, em sua visão, é “muito improvável” que os pré-requisitos para que a entidade comece a elevar os juros sejam atingidos até o fim de 2022.
De acordo com a banqueira central Christine Lagarde, que discursou nesta segunda-feira (15) em audiência do Comitê para Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, um aperto monetário em um momento que o poder de consumo dos europeus é restringido pelos altos preços do setor de energia seria contraproducente e colocaria mais um obstáculo à recuperação econômica do bloco.
A disparada nos preços de energia, inclusive, é uma das três razões que explicam a forte inflação recente, de acordo com Lagarde, que apontou também para a recuperação da demanda em meio à reabertura da economia e a reversão dos cortes na taxa do Imposto sobre Valor Agregado na Alemanha.
A dirigente do BCE antecipa que os dois últimos fatores devem deixar de afetar a economia em 2022, e os níveis de preços moderarão, mas em ritmo menor que o anteriormente esperado.
Caso os preços de energia sigam subindo, é possível que a inflação gerada acabe contaminando o nível de salários na zona do euro, alertou Lagarde. Ela ressaltou, no entanto, que sinais de efeitos secundários por conta de uma eventual alta salarial não são evidentes no momento.
Lagarde ainda destacou em seu discurso que o “impulso” de crescimento perdeu um pouco de fôlego recentemente por conta dos preços de energia e dos gargalos na cadeia produtiva e de suprimentos.
Ainda assim, o Produto Interno Bruto (PÌB) da zona do euro deve retomar o nível do período anterior à crise por volta do fim deste ano, segundo a presidente do BCE.
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