O Banco Central Europeu (BCE) informou, na manhã desta quinta-feira (4), que irá expandir seu programa de estímulos à economia para 1,35 trilhão de euros (cerca de R$ 7,68 trilhões) no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Em comunicado, o BCE informou que compraria 1,35 trilhão de euros em dívidas governamentais e corporativas até junho do ano que vem. Os pagamentos dos títulos vencidos serão reinvestidos até o final de 2022. Além disso, a principal taxa de juros da zona do euro foi inalterada, permanecendo em 0,5%.
A decisão do BCE vai de encontro com os esforços do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, em sustentar a economia no momento de crise. A expansão do programa, segundo analistas, foi mais agressiva do que o esperado, o que deve absorver grande parte das dívidas que estão sendo levantadas por governos da zona do euro em meio à pandemia.
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A ampliação do auxílio da autoridade monetária central da Europa ocorre após a expectativa pela recessão econômica da região passar a ser pior do que o estimado inicialmente. Pior, inclusive, do que acontecerá nos Estados Unidos.
Os investidores seguem atentos às declarações da presidente Christine Lagarde, presidente da autoridade monetária, sobre as perspectivas para a economia da região e as pistas sobre os próximos passos da política monetária. A entrevista coletiva está marcada para às 9h30 (horário de Brasília).
BCE procura manter o controle em meio à crise
O BCE está procurando estabilizar a economia da zona do euro, que passa seu pior momento desde a Segunda Guerra Mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, maior economia da região, recuou 9% no primeiro trimestre deste, em comparação ao mesmo período do ano passado. Itália e Espanha, países mais afetados pela pandemia, caíram 20% na mesma base comparativa.
A atividade econômica da zona do euro, estimada em 12 trilhões de euros, está pressionada pelas medidas de isolamento social impostas para a contenção da disseminação da pandemia, pela desconfiança dos empresários, menores gastos de famílias e queda nas exportações.
Outros bancos centrais, como o próprio Fed e o Banco Central do Japão, estão implementando medidas quase ilimitadas para conter a crise. O BCE, por sua vez, é legamente proibido de custear ações dos governos da Europa.
Desde março, a autoridade monetária norte-americana liberou aproximadamente US$ 3 trilhões (cerca de R$ 15,37 trilhões) em liquidez no sistema, além de trazer a taxa de juros do país para o intervalo de 0% a 0,25%. Dessa forma, com a expansão do pacote do BCE, os programas de estímulos passam a ser comparáveis.
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Integrantes do BCE, no entanto, indicam que a principal ferramenta do banco para combater a crise é o Quantitative Easing. Segundo reporta o jornal “The Wall Street Jorunal”, eles afirmam que a compra de dívida do governo ajuda a aliviar as tensões nos mercados financeiros europeus, além de incentivar empréstimos a empresas.
O intuito do BCE é promover o crescimento econômico enquanto mantém o controle sobre a inflação, a qual a meta é de 2% ao ano.
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