BCE estende alívio de capital a bancos da zona do euro até março de 2022
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta sexta-feira (18) que irá permitir que bancos da zona do euro continuem excluindo depósitos mantidos em BCs do cálculo de seu índice de alavancagem até março do próximo ano.
A medida de alívio, que foi concedida em setembro de 2020, iria vencer originalmente em 27 de junho. Nesta semana, rumores já haviam circulado de que o BCE estenderia o benefício.
inflação na zona do euro
Além disso, nesta semana a instituição informou ainda que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 2% em maio ante igual mês do ano passado, acelerando de forma expressiva em relação ao acréscimo anual de 1,6% verificado em abril, segundo revisão divulgada na quinta-feira. O resultado confirmou a estimativa preliminar e veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.
A inflação de maio superou a meta do Banco Central Europeu, que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.
Em relação a abril, o CPI da zona do euro avançou 0,3% em maio, também como se previa. Apenas o núcleo do CPI do bloco, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, teve ganho anual de 1% em maio, um pouco maior do que o aumento de 0,9% originalmente estimado. No confronto mensal, o núcleo do índice subiu 0,2% no último mês. Fonte: Dow Jones Newswires.
BCE diz que pode ajustar política monetária considerando riscos relacionados às mudanças climáticas
Também nesta semana, Isabel Schnabel, dirigente do Banco Central Europeu defendeu que a instituição deve adaptar os modelos macroeconômicos para que eles levem em considerações os riscos relacionados às mudanças climáticas.
Na abertura de um evento virtual que aconteceu na segunda-feira (14), a dirigente disse que “o BCE poderia ajustar suas operações de política monetária de forma mais gradual, de acordo com as considerações de sustentabilidade”.
Schnabel citou uma série de sugestões que poderiam contribuir para a melhor avaliação do impacto climático. Um deles seria eliminar a compra de ativos em setores que emitem altos níveis de gases poluentes. “Essas políticas têm uma desvantagem de eliminar os incentivos para que empresas em setores intensivos em carbono reduzam suas emissões de gases de efeito estufa”, ponderou ela.
Para a dirigente do BCE, os bancos centrais têm papel importante para guiar os mercados financeiros na transição para a economia verde. “Ao fornecer indicações antecipadas de nossas medidas de política planejadas e dar um exemplo para outros participantes do mercado financeiro, podemos atuar como um catalisador para ajudar a acelerar a transição da sociedade para uma economia neutra em carbono, de acordo com nosso mandato”, ressaltou.