BCE: Desastres naturais podem impulsionar o uso do euro digital
O membro do comitê executivo do Banco Central Europeu (BCE), Fabio Panetta, expressou nesta quinta-feira (22) sua opinião acerca dos pagamentos pan-europeus e do euro digital. “Um euro digital seria necessário em inúmeros contextos” informou durante conferência do BCE, revelando que dentre as situações possíveis estão inclusas a possibilidade de desastres naturais.
Segundo o membro do BCE, esses desastres podem impulsionar meios de pagamento eletrônicos, em razão das pessoas terem receio de usar dinheiro físico. Além disso, métodos estrangeiros de pagamento digital podem ameaçar a dominância do dinheiro nacional, informou.
Em relação as transformações no ambiente europeu de pagamentos digitais “o mercado europeu está passando por um progresso significativo por conta da revolução digital”, declarou Panetta, ressaltando ainda que o euro digital é um agente importante na revolução digital.
Panetta também informou que participantes do Eurosistema ainda terão de bater o martelo de aprovação para o euro digital. Entretanto, discussões sobre a criptomoeda já são mais frequentes e alguns desenvolvimentos recentes poderiam impulsionar tais decisões, citando como exemplo a iniciativa da China em lançar uma moeda digital do banco central (CBDC).
No continente europeu, o volume total de transações com o uso de dinheiro em espécie caiu 79% em 2016 para 73% em 2019, pontuou Pandetta.
BCE diz explorar benefícios e riscos de adoção de euro digital
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a instituição estuda inovações no sistema de pagamentos do bloco e a possibilidade da adoção do euro digital. O anúncio foi feito no dia 10 de setembro durante a conferência do Bundesbank.
“Estamos explorando benefícios e riscos de adoção de euro digital”, declarou a presidente do BCE ao falar sobre serviços bancários e pagamentos.
Segundo Lagarde, o Eurossistema deve apresentar conclusões sobre o tema “nas próximas semanas”.
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A diretora ainda destacou as duas grandes tendências do sistema de pagamentos do mundo, se referindo a mudança das preferências do consumidor e a competição entre os países para dominar essas informações.
“A Europa ficou para trás nesta competição. A falta de integração de pagamentos na Europa significa que os fornecedores estrangeiros assumiram a liderança”, disse a presidente do BCE ressaltando os riscos em torno de questões de soberania. “O apoio do Estado é essencial para que haja confiança nos pagamentos e no dinheiro”, concluiu.