O Banco Central (BC) objetiva a autorização da Proposta de Emenda a Constituição (PEC), do Orçamento de Guerra, para a compra de títulos provados de R$ 972,9 bilhões.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, para angariar apoio dos senadores para aprovação do projeto, que autorizaria a autarquia monetária comprar títulos privados e públicos para garantir liquidez ao mercado financeiro. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados e segue para o aval no Senado Federal.
Campos Neto realizou uma apresentação aos senadores de 14 slides de “Combate aos efeitos da Covid-19. Novos instrumentos para o BC”. Em sua exposição, o executivo procurou mostrar aos parlamentares o “novo instrumento do BC”, a permissão de negociação de títulos privados. O presidente deu exemplos de outros países, como os Estados Unidos, que tem programa de compra de ativos de empresas não financeiras.
As debêntures correspondem a 49,1% do volume total, com R$ 477,6 bilhões, segundo dados referentes ao mês de março divulgados pelo presidente da autarquia. Em sua fala, Campos Neto comunicou que o novo instrumento é a garantia que crédito chegará ao tomador final. A apresentação foi divulgada pela assessoria de imprensa da autoridade monetária.
Além das debêntures, também entram no alvo do novo instrumento do BC:
- cédulas de crédito imobiliário (CCI);
- certificados de recebíveis imobiliários (CRI);
- certificados de recebíveis agrícolas (CRA);
- notas comerciais;
- cédulas de crédito bancário (CCB);
- fundos de direitos creditórios.
A medida são prevê a compra de ativos na bolsa e de cotas de fundos de investimentos, informou Campos Neto.
Posição do BC frente a crise do coronavírus
O presidente do BC, também revelou o impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado financeiro. A crise, por exemplo, provocou a saída de capital de não residentes de economias emergentes. Em sua apresentação, Campos Neto, ainda declarou que a perda do valor de ativos em bolsa em dólar no Brasil chegou ao nível de 51%.
Além disso, o executivo informou que as medidas adotadas pelo BC injetaram R$ 1,218 trilhão de liquidez no mercado nesta ano, cerca de 16,17% do Produto Interno Bruto (PIB). Campos Neto também citou
- ações de liberação de capital;
- a linha de swap cambial de dólar com o Federal Reserve (Fed);
- a criação de linha emergencial de crédito para financiamento de folha de pagamento por empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões ao ano.
Segundo o presidente do BC, todas essas medidas deram suporte e estabilidade à liquidez e ao crédito no País.