O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Fabio Kanczuk, sinalizou nesta sexta-feira (6) que existe uma pressão inflacionária corrente na economia brasileira, porém a autoridade monetária não enxerga o movimento chegando ao próximo ano e a 2022.
Kanczuk reforçou que a parte do aumento da inflação de curto prazo já era esperada pelo BC, em linha com o comunicado após a última reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom). “Isso não deve fazer política monetária ser diferente”, pontuou o diretor da autarquia em evento online Itaú MacroVision. “Na nossa leitura, é algo temporário.”
O chefe da área de política econômica da autoridade monetária reconheceu a amplitude da alta foi mais elevada do que o previsto, mas salientou que isso não deve constituir um problema para 2021 e 2022. Para os próximos dois anos, o Banco Central projeta uma contração da demanda “semiartificial” estimulada pelo auxílio emergencial, com o retorno do hiato do produto e dos preços.
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“Antes da pandemia a gente estava com hiato grande e estava com a inflação muito baixa. Então o cancelamento da pandemia voltaria para essa situação onde a inflação baixa era um problema, e não inflação alta”, destacou Kanczuk.
“Na cabeça do Banco Central as coisas estão acontecendo meio como a gente esperava”, disse. “A gente está de olho, até porque é nosso trabalho ver em que sentido isso se manifesta no resto dos preços, mas por enquanto, supertranquilo.”
Senado aprova projeto de autonomia do BC
Na última terça-feira (3), Senado aprovou o texto de autonomia do BC. Com isso, a proposta foi encaminhada para a avaliação na Câmara dos Deputados.
O intuito do projeto é garantir autonomia ao Banco Central de modo que ele opere sem as intervenções políticas. “Trata-se de uma questão importante, particularmente em anos eleitorais e quando há, no poder, governos com viés populista, seja ele de direita ou de esquerda”, afirmou o relator da proposta, o senador Telmário Mota.
O texto dá autonomia formal para que o BC execute suas atividades essenciais ao país sem sofrer pressões político-partidárias.