BC: Brasil foi o país que ‘mais sofreu’ com a desvalorização cambial
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto informou que o Brasil foi o país que ‘mais sofreu’ com a desvalorização cambial por causa da crise causada pelo novo coronavírus (Covid-19). A informação foi divulgada nessa segunda-feira (1) durante uma audiência pública virtual da comissão mista do Congresso, voltada para o acompanhamento das medidas econômicas do governo durante a pandemia.
Embora o dólar já tenha avançado cerca de 32,5% ante ao real no acumulado do ano, o presidente do BC ainda indicou que “tivemos uma melhora na última semana”. Campos Neto ainda salientou que os mercados financeiros estão “seguindo a curva” de contaminação da nova doença.
Campos Neto também declarou que o “mundo desenvolvido” possui mais ferramentas para lutar contra a crise do coronavírus, que os emergentes.
Durante a audiência, o deputado Felício Laterça (PSL-RJ) questionou sobre o a meta da inflação. O presidente da autoridade monetária declarou: “se eu acho que nós deveríamos mudar a meta? Não. Eu acho que, quando há um desvio temporário da meta por uma razão extraordinária, não deveria mudar a meta. A meta deveria ser mais estável do que isso”.
De acordo com Campos Neto, a política monetária brasileira não está “exaurida”, e indicou que os economista do Banco discutem sobre o quanto a taxa básica de juros (Selic) ainda pode cair durante a atual crise. Vale ressaltar que, atualmente, a Selic está em 3% ao ano, o que representa o menor nível da história.
Além disso, o economista declarou que usar outras ferramentas para lutar contra a crise econômica pode criar uma “distorção em nosso princípio de política monetária”. Segundo ele o sistema poderia “perder a credibilidade”.
Ademais, Campos Neto afirmou que a liberação do auxílio emergencial, conhecido como coronavoucher foi “rápida quando comparada com outros países”.
BC indica necessidade de cautela em cortes da Selic
O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC) , Fábio Kanczuk, afirmou durante uma live do UBS, no último dia 22 que “no último Copom (Comitê de Política Monetária), fazia sentido estímulo maior do que o corte (da Selic) de 0,75 p.p, mas temos que botar a estabilidade financeira na conta. A principal mensagem do Copom é que, a partir de um ponto, tenho que testar limites de forma mais suave”.
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O diretor de Política Econômica do BC ainda salientou que existem riscos em questionar se os juros, a partir de certo ponto, geram malefícios para a economia. “No caso do Brasil, pensamos que, se for baixando juros, continua tendo efeito de elevar inflação via câmbio”.