O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (14) que antecipou o pedido para a Casa da Moeda para a produção de cédulas, no valor de R$ 9 bilhões.
De acordo com a autoridade monetária, a produção já estava prevista na programação anual. No entanto, o adiantamento foi uma medida necessária, com o objetivo de evitar uma falta de cédulas no Brasil. A circulação contará com a produção regular já programada.
Segundo o BC, desde o início da crise induzida pela pandemia do novo coronavírus, o País registra um “entesouramento” do dinheiro. Isso acontece em função do movimento observado entre as pessoas de guardar os recursos, ao invés de colocá-los em circulação no mercado.
Dessa maneira, o pedido de antecipação tem como objetivo a construção de estoques de segurança, bem como mitigar possíveis consequências do fenômeno de entesouramento observado desde o início da pandemia, comunicou a autoridade monetária em nota.
“O BC entende que o entesouramento pode ser consequência de três fatores: saques por pessoas e empresas para formação de reservas, diminuição do volume de compras no comércio em geral e porque parcela considerável dos valores pagos em espécie aos beneficiários dos auxílios [como o auxílio emergencial] ainda não retornou ao sistema bancário”, informou o BC no documento.
BC pede produção para pagamento do auxílio emergencial
Na visão do BC, o Brasil apresenta estoques baixos para o pagamento do auxílio emergencial a 60 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, em função da crise do novo coronavírus. As informações são da agência Reuters e forma publicadas na semana passada.
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O programa que prevê um auxílio de R$ 600,00 por mês àqueles que não dispõe de contratos de trabalho regulares vem apresentando problemas de execução. Entre eles, a formação de filas em frente às unidades da Caixa Econômica Mundial, em meio às ações de isolamento social para conter a propagação do novo coronavírus. Além disso, para o BC, o País ainda enfrenta uma ameaçada insuficiência de cédulas de dinheiro para realizar o pagamento do auxílio.
O governo federal iniciou os pagamentos da primeira parcela no começo do mês passado. No entanto, atrasou a segunda parcela, prevista para o final de abril. Um novo cronograma será lançado em breve, com duração de três meses.
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De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, a escassez de cédulas levou ao atraso da segunda parcela do pagamento. Outra fonte, entretanto, atrelou o atraso ao fato de que a primeira parcela ainda estava sendo paga. A segunda fonte, porém, também confirmou a falta de moeda que preocupa o governo e o BC.