BB Seguridade (BBSE3) é rebaixado pelo Morgan Stanley e tem preço-alvo cortado; ações tombam
Os analistas do Morgan Stanley reduziram o preço-alvo para as ações de BB Seguridade (BBSE3), o que fez com que os papéis da companhia operassem no terreno negativo nessa segunda-feira (26).
No fechamento, as ações ordinárias do BB Seguridade caíram 2,91%, a R$ 29,70.
Cotação BBSE3
Segundo analistas do banco, as ações de seguradoras, como de BB Seguridade, podem ser prejudicadas à medida em que as taxas de juros em queda afetarem os lucros e impulsionarem uma mudança nos fluxos para ações que realmente se beneficiam das taxas em queda.
No entanto, acreditam que o crescimento dos lucros possa se manter forte por mais tempo do que o esperado, considerando os fundamentos positivos para a subscrição de seguros, além da defensividade das seguradoras com operações de corretagem.
Os analistas acreditam, ainda, que o nível absoluto das taxas permanecerá elevado, apesar dos cortes no segundo semestre do ano, adiando o momento certo para vender ações.
O Morgan Stanley reduziu a recomendação para as ações de BB Seguridade de equalweight, equivalente a “neutro”, para underweight, equivalente a “venda”, reduzindo o preço-alvo de R$ 32 para R$ 30.
Em dez anos na Bolsa, BB Seguridade retornou mais de R$ 40 bi a acionistas
Uma década após ter realizado a maior oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do mundo no ano de 2013, o BB Seguridade calcula ter retornado mais de R$ 40 bilhões aos acionistas, entre dividendos e restituição de capital, além de um crescimento de 78% no valor de mercado.
Avaliada em R$ 61,2 bilhões no fechamento de sexta-feira (23), a holding de seguros, previdência e capitalização do Banco do Brasil é uma das 20 empresas mais valiosas da Bolsa brasileira.
Realizada em abril de 2013, a oferta da BB Seguridade movimentou R$ 11,5 bilhões em valores da época, e até hoje, é uma das dez maiores vendas de ações do mercado brasileiro desde 2004, ano da reabertura da Bolsa a ofertas. Ajudada pela distribuição pela rede do banco e pelo interesse de estrangeiros, foi a maior oferta de ações do mundo naquele ano, e deu à companhia uma avaliação de R$ 34 bilhões.
Na última década, a empresa afirma que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da operação mais que dobrou.
“A valorização desde então é fruto do aprimoramento constante da operação, o que permitiu que o lucro triplicasse no período de dez anos, alcançando a marca histórica de R$ 6 bilhões no ano passado”, diz em nota o CEO da holding, Ulisses Assis. A companhia fará o “toque da campainha” na B3 nesta segunda para comemorar os dez anos de listagem.
A BB Seguridade nasceu oficialmente em 2012, com o BB consolidando sob seu guarda-chuva as empresas de seguridade que possuía sozinho, como a BB Corretora, ou em sociedade com outras companhias, como a Brasilprev (com a Principal como sócia) e a Brasilseg (com a Mapfre). O objetivo era que, ao abrir o capital, a companhia ganhasse um valor que, dentro do banco, não tinha.
Essa estrutura permanece. Nas empresas, a BB Seguridade tem participações majoritárias no capital, sendo que detém a maior parte das ações com direitos econômicos, as preferenciais, o que aumenta o fluxo de dividendos que a holding recebe – e que, por consequência, distribui aos próprios acionistas. O BB detém dois terços de seu capital.
O modelo foi tão bem-sucedido que inspirou outro banco público: a Caixa, que em 2015 criou a Caixa Seguridade (CXSE3) com o mesmo objetivo. A abertura de capital da companhia, que marcou a estreia do conglomerado da Caixa na Bolsa, aconteceu em 2021. Hoje, a Caixa Seguridade negocia próxima das máximas na B3, avaliada em R$ 31 bilhões.
BB Seguridade teve lucro recorde no primeiro trimestre deste ano; veja números
O BB Seguridade reportou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre de 2023 (1T23), o maior lucro da história da companhia já registrado nos primeiros três meses de um ano.
Com isso, o resultado do BB Seguridade mostra uma alta de 51,5% no lucro se comparado com igual período do ano anterior.
Além disso, o lucro do BB Seguridade superou as expectativas do consenso Bloomberg de mercado, que eram de R$ 1,66 bilhão para o trimestre.
Segundo a seguradora, o aumento no lucro foi impulsionado “pelo forte desempenho comercial em seguros, previdência e capitalização, melhora da sinistralidade e crescimento do resultado financeiro“.
“O resultado apresentado já incorpora as alterações trazidas pelo CPC 50 (IFRS 17). A fim de melhorar a compreensão, apresentamos a análise a seguir com base no padrão contábil anterior, onde o lucro teria sido de R$ 1,76 bi, com crescimento de 49,3%”, observa a administração da empresa.
Já o resultado financeiro gerencial consolidado do BB Seguridade no 1T23 foi de R$ 338 milhões, representando uma alta de 45,7% na base anual.
Segundo a companhia, essa variação se dá por conta da elevação da taxa média Selic, da desaceleração expressiva do IGP-M, que reduziu o custo do passivo dos planos tradicionais na Brasilprev, da menor magnitude de abertura da curva de juros futuros e também da expansão do saldo médio de ativos financeiros.
Seguros, Capitalização e Previdência do BB Seguridade
Em termos de volume de prêmios emitidos, foi registrada evolução em todas as linhas de negócio, impulsionados por rural e prestamista.
O Segmento rural cresceu 39,6%, com alta do ticket médio, ao passo que o prestamista cresceu 82,4% na base anual, com maior volume de vendas novas.
Com isso, no segmento de Seguros de forma global, houve um crescimento de 35% no volume de prêmios obtidos na comparação anual, para atuais R$ 3,7 bilhões.
Já em Previdência, as contribuições para os planos de previdência subiram 13,7% no período, chegando a uma cifra de R$ 14,8 bilhões.
Assim, a captação líquida foi de R$ 1,9 bilhão, um volume que fica inclusive acima da captação total do ano de 2022 inteiro.
Em capitalização, O BB Seguridade registrou alta de cerca de 18% na base anual, com R$ 62,7 milhões. Isso se dá pela alta de 23,6% no resultado financeiro, se comparado com igual etapa do ano anterior.
Com informações de Estadão Conteúdo