O Itaú BBA manteve recomendação neutra para as ações do BB Seguridade (BBSE3), pois avalia que os gatilhos positivos são limitados. O preço-alvo permanece em R$ 37 por ação para o final de 2024.
“Acreditamos que a empresa esteja sendo negociada a 8x P/E para 2024, com potencial de alta limitado, mas oferecendo um atraente rendimento de dividendos de 11%”, diz o BBA.
No geral, o BBA antecipa um lucro de R$ 7,8 bilhões para o ano, refletindo um modesto crescimento de 1,3% em relação ao ano anterior. Segundo os analistas, as tendências operacionais parecem robustas, com as estimativas se alinhando mais para o extremo superior da orientação.
Sobre a situação do Rio Grande do Sul, o BBA avalia ser cedo para entender totalmente os impactos no lucro do BB Seguridade. No entanto, é estimado que o impacto nos ganhos no braço de seguros (Brasilseg) seja de médios a altos dígitos, resultando em um impacto de dígitos baixos a médios no BB Seguridade consolidado.
“Apesar das reclamações específicas serem diluídas devido à diversificação de produtos e geográfica, reconhecemos o impacto significativo na região afetada e em seus cidadãos”, comenta o BBA.
No estado do Rio Grande do Sul, a maior parte da exposição da BB Seguridade no rural é para milho e soja. A colheita de milho já estava 83% concluída, enquanto a de soja está 75% concluída. No seguro residencial, o BBA projeta a exposição em cerca de 5% no RS.
“No próprio braço de seguros, o impacto anual nos ganhos poderia ser de R$ 80 a 500 milhões, ou 2% – 12% da unidade. Isso é diluído para 1% a 5% do total de ganhos. Um impacto de R$ 10 – 80 milhões das linhas residencial e comercial se aumentarmos nossa taxa de reclamação de 65% para 90% no 2º e 3º trimestres de 2024”, afirma o BBA.
Com isso, o impacto estimado total estressado no resultado final em média seria de cerca de R$ 300 milhões, ou 4% do total de R$ 7,8 bilhões estimados de lucro líquido para 2024.
BB Seguridade: lucro líquido salta 4,7% em um ano
O BB Seguridade reportou lucro líquido de R$ 1,843 bilhão no primeiro trimestre de 2024 (1T24), conforme balanço divulgado.
Com isso, o lucro do BB Seguridade foi 4,7% maior do que o registrado em igual período do ano anterior.
Segundo o BB Seguridade (BBSE3), o resultado operacional não decorrente de juros foi a alavanca de crescimento da companhia, aumentando 10,9% no período, acima do guidance divulgado.
“A evolução do operacional mais do que compensou a retração do resultado financeiro causada pelo descasamento temporal de índices de inflação que corrigem os planos de previdência de benefício definido, pela marcação a mercado negativa nas posições em títulos de renda fixa e pela queda da taxa Selic”, disse a companhia.
“O efeito da queda da taxa Selic foi parcialmente anulado pela expansão de aproximadamente 10% no saldo médio de posições pós-fixadas de todas as empresas do grupo”, acrescentou.
No 1T24 do BB Seguridade, o resultado financeiro combinado da companhia e de suas investidas atingiu R$ 220,9 milhões, queda de 34,7% em relação ao mesmo período de 2023, atribuída, em grande parte, “à variação negativa do resultado financeiro da Brasilprev”, informou a empresa.
Seguros, Capitalização e Previdência do BB Seguridade
No segmento de Seguros, o lucro líquido do BB Seguridade cresceu 11,7% ante o primeiro trimestre de 2023, chegando a R$ 1,016 bilhão, “impulsionado principalmente pela alta dos prêmios ganhos retidos (+9,6%) e melhora da sinistralidade (-2,8 p.p), ambos contribuindo para o aumento de 12% no resultado operacional não decorrente de juros”, disse a empresa.
Os prêmios emitidos aumentaram 15,3% no comparativo, impulsionados por todas as linhas de seguros, mas com especial destaque para prestamista (+35,2%), penhor rural (+54,1%) e vida produtor rural (+28%).
Já no segmento de Capitalização, a arrecadação com títulos de cresceu 16,4%, com alta no ticket médio dos títulos. O lucro líquido da operação evoluiu 12,8% em relação ao registrado no mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 70,7 milhões, impulsionado pelo crescimento de 32,9% do resultado financeiro.
No segmento de Previdência, as contribuições para planos de previdência cresceram 13,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e totalizaram R$ 16,8 bilhões, número que representa o maior volume trimestral da série histórica, segundo o BB Seguridade.
“O índice de resgates atingiu 8,6% – menor patamar trimestral desde o 4T20 – e a portabilidade reduziu 0,5 p.p. O volume recorde de entradas e a redução nas saídas de recursos levaram a uma captação líquida de R$ 5,6 bilhões, quase o triplo do que foi registrado no 1T23, com as reservas de planos PGBL e VGBL expandindo 15,2%”, pontuou.
No comunicado de resultados, André Haui, presidente do BB Seguridade, destaca que mesmo diante de um cenário desafiador para o resultado financeiro, com a queda da Selic, esse resultado da BB Seguridade demonstra a solidez de uma companhia bem fundada em seus pilares estratégicos e a capacidade de se adaptar e transformar.
“Modernização tecnológica, ampliação dos modelos de negócios e experiência do cliente são e continuarão a ser os balizadores da nossa gestão”, escreveu a empresa.
Desempenho anual das ações do BB Seguridade
Confira a variação dos papéis do BB Seguridade no ano.
Cotação BBSE3