A BB Seguridade (BBSE3) anunciou que a Brasilprev, empresa de previdência privada do grupo, fechou uma parceria para vender produtos por meio do Banco Modal, recentemente adquirido pela XP. A Coluna do Broadcast antecipou em abril que a maior gestora de previdência do País, controlada pela BB Seguros e pela Principal, buscava novos parceiros no setor bancário.
“A parceria abrange a comercialização de planos de previdência privada geridos pela Brasilprev por meio da plataforma do Modal, aumentando o alcance de vendas e agregando novos clientes ao Conglomerado BB Seguridade”, afirma a BB Seguridade, em comunicado ao mercado.
Em março, a Brasilprev tinha cerca de R$ 320 bilhões sob gestão e 2,4 milhões de clientes. A companhia tem buscado diversificar tanto a oferta de produtos, com a entrada de novos fundos em parceria com gestoras como Moat e JGP, quanto seus canais de distribuição.
A BB Seguridade ambiciona aumentar a importância dos novos canais para solidificar a liderança que tem em diversos segmentos – a previdência e os seguros rurais entre eles. O balcão do Banco do Brasil deve continuar sendo o principal canal de distribuição de produtos das empresas de holding, mas a intenção é ganhar mercado também através do chamado mar aberto.
O Modal foi adquirido pela XP em janeiro deste ano, em transação cujo fechamento ainda depende do cumprimento de condições precedentes.
BB Seguridade: lucro subiu 20,7% no 1T22 e chegou a R$ 1,2 bi
A BB Seguridade (BBSE3) divulgou nesta segunda (9) os resultados do primeiro trimestre de 2022. A empresa apurou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, o que representa um aumento de 20,7% em relação aos três primeiros meses de 2021. Em relação aos três últimos meses do ano passado, houve queda de 3,8%.
A empresa diz que o desempenho poderia ter sido ainda melhor “não fossem os R$ 2,2 bi em sinistros avisados do seguro agrícola no 1T22, em função do efeito climático La Niña, que impactou as culturas de soja e milho do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.”
A holding e suas empresas investidas anotaram resultado financeiro consolidado de R$ 232 milhões no trimestre, alta de 258,9% em relação ao mesmo período do ano passado e o aumento da exposição a títulos pós-fixados beneficiaram a empresa, em um período de aumento dos juros básicos. O resultado financeiro respondeu por 19,7% do lucro da empresa.
A maior contribuição positiva veio da Brasilprev, que teve resultados mais robustos diante do aumento do saldo médio de ativos rentáveis e da expansão da margem financeira, impulsionada pelo aumento da taxa Selic. Por outro lado, o menor impacto negativo da marcação a mercado de títulos e a menor taxa de atualização dos passivos também ajudaram, bem como o crescimento do desempenho operacional.
O resultado financeiro específico da holding foi de R$ 6,523 milhões, queda de 30,1% em um ano.
A companhia explica, em documento ao mercado: “A elevação da taxa média Selic e a expansão do saldo médio de ativos em quase todas as empresas foram os principais motivos que levaram a esse aumento.” E acrescenta: “Mesmo com o grande volume de perdas avisadas no seguro agrícola, o resultado operacional não decorrente de juros (ex-holdings) cresceu 7,7% no período comparado, demonstrando mais uma vez a resiliência do modelo de negócios da companhia.”
Em março deste ano, 60,3% das aplicações do grupo eram indexadas pela inflação, ante 55,4% um ano antes. Os pré-fixados respondiam por 23,6%, de 17% um ano antes, e os pós-fixados eram 16%, de 27,5% em março de 2021, o que reflete a busca da holding por mais ativos atrelados ao movimento dos juros.
A BB Seguridade obteve R$ 2,8 bi em prêmios emitidos, crescimento de 19% em relação ao 1T21. Os prêmios superaram o intervalo de estimativas do guidance, “graças aos seguros rurais (+44,9%), ainda em função da alta nos custos de produção e da contratação de custeio para a safra de inverno.”
As seguintes modalidades mostraram forte crescimento, de acordo com a BB Seguridade:
- vida (+8,4%), suportado pelas renovações anuais de apólices;
- residencial (+31,4%)
- e empresarial/massificados (+13,7%), ambos impulsionados por um melhor desempenho de vendas novas.
O volume de sinistros decorrente de casos de Covid-19 caiu 83,3% em relação ao mesmo período de 2021, para o montante de R$ 42,4 milhões. A principal causa para essa redução foi o aumento da cobertura vacinal da população, “o que fez com que a elevação no número de infecções no início do ano decorrentes da variante Ômicron não refletisse em aumento de óbitos na mesma proporção no país.”
No setor de Previdência, a BB Seguridade reportou 21% de crescimento e volume de R$ 13 bi, captação bruta que representou o melhor resultado em um primeiro trimestre da companhia.
Com Estadão Conteúdo