A empresa química e farmacêutica alemã Bayer informou nessa terça-feira (4) que anotou um prejuízo líquido de € 9,5 bilhões (cerca de R$ 58 bilhões) no segundo trimestre de 2020, revertendo o resultado positivo de € 404 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) registrado no mesmo trimestre em 2019.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Bayer passou de € 2,73 bilhões entre abril e junho do ano passado, para € 2,88 bilhões no período equivalente nesse ano, representando um crescimento de 5,6%.
Por sua vez, as vendas da companhia alemã passaram de € 10,71 bilhões no segundo trimestre de 2019, para € 10,05 bilhões, o que equivale a uma queda de 6,2%. O resultado rompeu uma sequência de 5 trimestres consecutivos de avanço no faturamento.
Segundo o documento, a Europa, o Oriente Médio e a África foram as regiões onde as vendas anotaram o maior recuo, de 11,3%, enquanto a América Latina ficou em segundo lugar, ao passo que as vendas caíram 6,4% na região.
O comunicado ainda salientou que a receita no segmento de atendimento ao consumidor caiu 16,7%, enquanto a queda foi de 9,7% no segmento de produtos farmacêuticos.
A empresa explicou que os resultados do trimestre finalizado em junho desse ano, foram impactados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Além disso, destacou que os números foram reflexo do acordo judicial que foi assinado em meados de junho para finalizar processos nos EUA sobre contestações de que o herbicida Roundup causaria câncer.
Em relação ao ano fiscal de 2020, a companhia projeta que as vendas sem operações descontinuadas somem € 44 bilhões o acumulado do ano, com um crescimento de 1%. Vale destacar que a previsão anterior era para um crescimento entre 3% e 4% nas vendas.
Acordo da Bayer para encerrar processos nos EUA
A Bayer anunciou em meados de junho que depois de, aproximadamente, um ano de negociações, fez um acordo de até US$ 10,9 bilhões (cerca de R$ 55 bilhões) para finalizar processos nos EUA relacionados a contestações de que o Roundup causaria câncer.
Na ocasião, o presidente-executivo da companhia, Werner Baumann, salientou que “o acordo sobre o Roundup é a ação correta no momento certo para a Bayer, colocando ponto final em um longo período de incerteza”.