As ações da Bayer despencaram nesta quarta-feira (20) depois de uma condenação judicial em segundo grau nos Estados Unidos sobre o herbicida Roundup. Um júri norte-americano decretou que o produto provoca câncer.
No caso do Roundup o júri do Tribunal Federal de São Francisco decidiu de forma unânime. Entretanto a Bayer não foi responsabilizada diretamente pelo câncer do autor da ação, Edwin Hardeman. A responsabilidade e os danos serão decididos pelo mesmo júri somente em uma segunda fase de julgamento, que começará nesta quarta-feira.
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A decisão da Justiça norte-americana foi na última terça-feira (20). As ações da Bayer registraram nessa quarta uma queda expressiva, chegando a perder até 12%.
A gigante alemã da química negou as alegações de que o Roundup (o glifosato) causaria câncer. A empresa salientou que o veredicto é cientificamente infundado e que ficou desapontada com a decisão do júri.
Glifosato na mira
O glifosato é o herbicida mais utilizado no mundo. A fabricante histórica da Roundup é a Monsanto, adquirida pela Bayer por US$ 63 bilhões em 2018.
O Roundup da Monsanto foi o primeiro herbicida produzido à base de glifosato. Entretanto, o produto não é mais protegido por patente. Por isso, muitas outras versões já estão disponíveis no mercado. A Bayer não divulga os números de vendas do produto.
“Estamos confiantes de que a evidência na segunda fase mostrará que a conduta da Monsanto foi apropriada e que a empresa não deve ser responsabilizada pelo câncer de Hardeman”, informou a gigante da química em nota.
Série de processos
O caso da Califórnia é apenas o segundo dos cerca de 11.200 processos envolvendo o Roundup que chegaram a ser julgados nos Estados Unidos. Sempre no estado da Califórnia, em agosto de 2018 um homem obteve um ressarcimento da Bayer de US$ 289 milhões depois que um tribunal estadual decidiu que o produto químico causou seu câncer. Um valor reduzido em seguida para US$ 78 milhões e que está atualmente em fase de recurso.