Os bancos internacionais se preparam para realizar uma rodada de demissão maior do que a feita na crise financeira global de 2008. Segundo informações divulgadas nesta terça (24), os cortes devem ser “brutais” e instituições como Goldman Sachs (GSGI34), Credit Suisse (C1SU34) e Morgan Stanley (MSBR34) já começaram a reduzir os seus quadros de funcionários.
De acordo com a apuração do Financial Times, as demissões no mercado financeiro devem atingir dezenas de milhares de pessoas. O movimento ocorre após as contratações em massa nos últimos anos e a relutância em desligar colaboradores durante a pandemia da Covid-19.
“Os cortes de empregos que estão por vir serão superbrutais. É uma redefinição porque eles contrataram demais nos últimos dois ou três anos”, aponta Lee Thacker, proprietário da Silvermine Partners, empresa de recursos humanos voltada ao setor financeiro.
Nos últimos meses, instituições como Credit, Goldman, Morgan e o Bank of New York Mellon começaram seus processos de demissão e cortaram mais de 15 mil empregos.
Já Ana Arson, co-diretora de serviços bancários globais da Moody’s, acredita que os cortes serão menores do que os feitos na crise financeira, só que mais duros que os protagonizados no colapso dos anos 2000.
“O que estamos vendo é uma retomada das demissões nos bancos que foram suspensas nos últimos anos. Veremos cortes nas franquias europeias, mas não tão grandes quanto nos bancos americanos”, comenta a especialista.
Demissões nos bancos
O Morgan Stanley demitiu 1,8 mil funcionários em dezembro, cerca de 2% da então força de trabalho. Os cortes ocorreram antes do pagamento dos bônus anuais.
Segundo a CNBC, o movimento estava alinhado ao realizado por instituições como o Goldman Sachs e o Citi (CTGP34), que reestabeleceram uma das “tradições” de Wall Street no fim do ano: as demissões por baixo desempenho.
Antes da pandemia da Covid-19, cerca de 1% a 5% dos funcionários, aqueles com desempenho mais fraco, eram demitidos em período próximo ao pagamento dos bônus. Assim, a maioria remanescente de colaboradores dos bancos recebia mais dinheiro.