Tem muito dinheiro parado nas contas correntes? Na Europa elas poderiam ser fechadas.
O excesso de liquidez na Europa provocado pelas políticas monetárias fortemente expansionistas do Banco Central Europeu (BCE) está aumentando o volume dos depósitos nas contas correntes dos bancos locais.
Uma situação que piorou por causa da rentabilidade próxima ao zero dos títulos da dívida pública dos países europeus.
E ulteriormente acelerada pela redução das despesas das famílias provocada pelos efeitos do novo coronavírus (covid-19).
Resultado, muitas contas correntes com saldo de seis dígitos totalmente paradas há anos.
Mas os bancos europeus decidiram mudar esse cenário, forçando os clientes a fazer algo com seu próprio dinheiro. Nem que seja levar embora.
Algumas instituições financeiras já chegaram a comunicar aos seus clientes que as contas serão encerradas unilateralmente caso o dinheiro não seja investido.
O primeiro banco a atuar essa medida drástica foi o italiano Fineco, que enviou para todos seus clientes com saldo superior a 100 mil euros (cerca de R$ 700 mil) e sem investimentos ou financiamentos uma carta formal alertando que as contas serão encerradas em 60 dias caso o dinheiro não encontre uma aplicação.
Outros bancos do Velho Continente também estão pensando em fazer o mesmo.
Contas correntes não fechadas serão “taxadas”
Muitos já estão utilizando métodos menos “brutais” para forçar os clientes a movimentar seus saldos.
Os bancos da Alemanha e da França têm recorrido a taxas negativas sobre saldos superiores a 100 mil euros.
Outras instituições financeiras estão aplicado uma comissão significativa nas contas recém-abertas, chegando até mil euros por ano.
Isso pois para os bancos também é um custo manter o dinheiro parado. A taxa de juros para os depósitos fixada pelo BCE é de -0,50%, enquanto a média mensal da Euribor atingiu -0,553%, com um diferencial negativo de -0,098% face ao valor de outubro de 2019.
O custo de gestão de liquidez torna-se portanto oneroso para os bancos. Que decidiram tomar providências.
Além do custo os bancos, saldos elevados em contas correntes também são um freio para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e atrapalham os esforços do BCE para tentar recuperar a economia da Europa.
E também chegam a representar um risco, pois muitas vezes, por trás de grandes depósitos em contas correntes se escondem especulações ou arbitragens. Por isso, o objetivo dos bancos não seria atingir as pessoas comuns, mas sim riquezas “estéreis”. Imagina se essa moda pega aqui no Brasil também?
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