Bancos Centrais não devem temer a Libra, diz Facebook
O Facebook voltou a defender a criação da sua moeda própria, a Libra. A nova criptomoeda está prevista para lançamento em 2020, mediante a aprovação das autoridades.
Existe o receio de que Libra poderá substituir as moedas soberanas, como o dólar nos Estados Unidos e o euro, além de ameaçar o controle da política monetária dos Bancos Centrais ao redor do mundo, e é contra isso que o Facebook volta suas atenções.
David Marcus, executivo da maior rede social do mundo, e que lidera o projeto da criação da Libra, postou uma série de declarações em sua conta no Twitter. As afirmações aconteceram no mesmo que em que membros da Libra Association se reuniram com reguladores convocados por um grupo de trabalho do G-7 na Suíça.
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Marcus disse que a moeda do Facebook não é o mesmo que imprimir dólares americanos ou criar novas novos euros. Segundo ele, a simples existência da Libra não cria valor em si.
7/ We will continue to engage with Central Banks, Regulators, and lawmakers to ensure we address their concerns through Libra’s design and operations.
— David Marcus (@davidmarcus) 16 de setembro de 2019
Os planos da implementação de uma moeda própria pelo Facebook, divulgados em junho, enfrentem fortes críticas de reguladores e autoridades ao redor do mundo. Uma das maiores preocupações é que a nova moeda digital seja utilizada para lavagem de dinheiro, por traficantes de drogas e terroristas.
O projeto do Facebook
O Facebook também recebe críticas sobre a possível utilização de informações financeiro confidenciais dos usuários. A rede social criada por Mark Zuckerberg tem dito repetidamente que será apenas uma das muitas empresas que irão propor a criação de uma moeda própria.
“Recentemente, tem se falado muito sobre como a Libra poderia ameaçar a soberania das nações quando se trata de dinheiro”, disse Marcus em um dos tuítes.
“A Libra será atrelada em 1:1 por uma cesta de moedas fortes. Isso significa que, para que qualquer unidade da Libra exista, deve haver um valor equivalente em sua reserva. Portanto, não há criação de dinheiro novo, que continuará sendo estritamente o domínio de nações soberanas”, afirmou o executivo.
Outro ponto discutido por reguladores é a concorrência cambial. Christian Catalini, principal economista do Facebook ligado ao projeto da Libra, em teleconferência com Marcus, não quis comentar se a questão surgiu ou não durante a reunião da última segunda-feira (16).
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No entanto, afirmou que esse elemento da Libra é um dos muitos pontos “incompreendidos ou que não são interpretados corretamente” sobre o projeto.
“Todo o design da Libra é realmente ser um complemento de moeda fiduciária, não um substituto”, afirmou o economista.
O Facebook espera entrar em acordo com as autoridades e reguladores e começar a circular a moeda no decorrer do ano que vem.