Bancos americanos amargam prejuízos com caso da Archegos

Apesar de os grandes bancos americanos terem visto os resultados dos seus braços de investimentos e de trading avançarem em 2020, compensando o impacto dos braços comerciais – impactados por conta das menores taxas de juros -, agora, com a chamada de margem do Archegos Capital Management, vários nomes importantes ficaram com o seus cenários mais turvos, com os prejuízos podendo chegar a US$ 10 bilhões.

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O Archegos Capital Management, firma de investimento familiar de Bill Hwang, se tornou foco em Wall Street após ter, nos últimos dias, protagonizado um fiasco multibilionário por conta de posições extremamente alavancadas desfeitas rapidamente, o que deve sobrar para os grandes bancos

Entre as gigantes financeiras com exposição a Archegos, estão o Goldman Sachs, o Morgan Stanley, o UBS, o Wells Fargo, o Credit Suisse e o Nomura Holdings – com esses dois últimos sendo, provavelmente, os responsáveis por mais da metade das perdas projetadas.

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Bancos americanos serviam como corretores do Archego

Mais de US$ 30 bilhões de ações de empresas como ViacomCBS, Discovery, GSX Teched e Baidu foram vendidas nos últimos dias, apesar de a Archegos ter apenas US$ 10 bilhões em ativos. Com as contínuas vendas dos bancos, as posições totais da Archegos continuam subindo.

O Morgan Stanley e o Goldman Sachs, por exemplo, são os maiores detentores de ações da GSX, empresa chinesa de tutoria online que tem sido alvo de vendedores a descoberto.

Analistas do JPMorgan disseram em nota que esperam que os bancos coletivamente enfrentem perdas de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões com a chamada de margem de garantia. Anteriormente, a projeção era de US$ 2,5 bilhões a US$ 5 bilhões.

O Numura estimou perdas de cerca de US$ 2 bilhões em comunicado na segunda-feira (29). O Credit Suisse ainda não divulgou sua projeção, mas relatórios apontam que a perda pode chegar a US$ 4 bilhões.

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Goldman Sachs e Morgan Stanley se saíram melhores no processo, tendo os dois conseguido vender suas posições mais cedo. Já o Wells Fargo afirmou que já foi corretora primária do Archegos, mas que não estava mais exposto ao fundo.

O Archegos se estabeleceu como family office com supervisão limitada e utilizou derivativos financeiros para acumular grandes participações em empresas, sem nunca ter que divulgar seus números.

Hwang, a frente da Archegos, já havia possuído problemas antes mas conseguiu arquivar um processo civil na Securities Exchange Commission (SEC), o paralelo à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) americana, em 20112, o que o excluiu do setor de consultoria.

Vitor Azevedo

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