O Banco Safra terá de entregar à Justiça diversos documentos, incluindo uma relação dos dez maiores devedores do banco e relatórios que embasaram a concessão de crédito para a varejista.
A decisão foi de Luiz Felipe Bedendi, da 1ª Vara Empresarial de São Paulo, que deu cinco dias para que os documentos sejam entregues.
A solicitação dos documentos detalhados sobre as informações financeiros do banco vem após um crescimento da carteira de crédito em meio à alta da inadimplência.
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O que motivou ainda mais a solicitação foi justamente o caso Americanas, que, por se tratar de uma situação que afetou a carteira e o provisionamento de diversos bancos, foi utilizada como instrumento para balizar a petição.
“Sob qualquer ângulo de análise, não se tem dúvida em afirmar que um nível tão elevado de concentração de risco em um único devedor, envolvendo valor tão elevado em relação ao patrimônio líquido, jamais poderia ocorrer sem qualquer conhecimento do conselho de administração”, diz a petição.
“O conselho de administração não tinha absolutamente nenhuma informação anterior a respeito das operações com a Americanas S.A. (nem com ninguém mais, não custa lembrar), apesar dos insistentes pedidos anteriores dos requerentes a respeito da matéria e de envolverem elevadíssimo risco, em virtude de seu valor desproporcionalmente alto em relação ao patrimônio líquido do banco”, segue.
O banco destacou que irá recorrer da decisão e que se trata de uma liminar.
Em uma nova lista, divulgada há poucos dias, a Americanas mostrou que deve cerca de R$ 2,527 bilhões ao Banco Safra.
Com isso o banco fica próximo dos maiores credores, que contemplam Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), com R$ 4,8 bilhões e R$ 4,3 bilhões, e Santander (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11), com R$ 3,6 bilhões e R$ 2,65 bilhões.
Posicionamento do Banco Safra
Em notas à imprensa, o Banco e a Família Safra explica:
“O Banco Safra é uma instituição absolutamente ética, que adota as melhores práticas de governança do mercado. Essa ação é movida por dois conselheiros indicados por um acionista dissidente. O Banco Safra refuta todas as alegações e apresentará manifestação em juízo”, diz o banco Safra.
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