O banco Safra aumentou neste sábado (28) a previsão para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020. A projeção anterior era de uma queda de 0,3%, e agora foi para uma redução 2,8%.
Segundo o Safra, os analistas realizaram a revisão “em virtude da forte paralisação da atividade econômica” provocada pela pandemia de coronavírus (covid-19).
No caso do resultado do segundo trimestre, o banco prevê uma queda do PIB de 10% em relação aos primeiros três meses do ano, com ajuste sazonal.
“Vale observar também que inúmeras políticas de estímulo que estão sendo anunciadas poderão minimizar essa situação e assim levar a uma contração menor que os 2,8% aqui considerados”, informou o banco.
Entretanto, segundo o Safra, é “importante ressaltar que essa estimativa embute um grau de incerteza bem mais elevado que o usual”.
Safra revê também outros indicadores
Além do PIB, o Safra também reavaliou outros indicadores macroeconômicos. Entre eles, o Índice de Preços ao Consumido Amplo (IPCA), que caiu para 2,2% contra uma previsão prévia de 2,5%.
Por outro lado, a previsão de dívida pública bruta em relação ao PIB aumentou, passando de 75,2% para 83,1% até o final de 2020. Em 2019 essa porcentagem foi de 75,8%.
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Além disso, o déficit primário das contas pública deverá superar os R$ 199,8 bilhões, chegando até R$ 343 bilhões. Por último, o desemprego chegará até 13% no final do ano. Nos primeiros três meses do ano essa porcentagem foi de 11,2%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Barclays também cortou previsão do PIB
Na última semana outras instituições financeiras também cortaram suas previsões para o PIB desse ano. Por exemplo, o banco britânico Barclays prevê que a atividade econômica no País caia de 0,5%.
No dia 20 o Barclays havia cortado sua projeção de aumento de 1,7% para uma alta de 0,4%. As novas estimativas contemplam os 15 dias de quarentena no estado de São Paulo, no entanto o economista-chefe do banco no Brasil, Roberto Secemki, afirmou que o PIB poderia recuar 3% em 2020, a depender da extensão das paralisações.
No início deste ano, o banco britânico projetava uma expansão de 2,3% da economia do Brasil. Em seguida, no mês de fevereiro, o instituição financeira cortou a previsão para 2%, após considerar os efeitos do novo coronavírus para a China e a, consequente, redução da demanda por importações.
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Segundo o banco, a disseminação do novo coronavírus em escala global levou a tomada de medidas preventivas e a queda da confiança dos investidores. Da mesma forma, as reocupações acerca da pandemia levaram a piora das condições financeiras globais e as incertezas políticas domésticas no Brasil contribuíram para a projeção.
Assim como o banco Safra, o Barclays estima que o governo federal registrará um aumento do déficit público, que chegará a R$ 204,5 bilhões. O valor representa 2,7% do PIB total do Brasil, frente aos R$ 100 bilhões anteriormente.