O Banco Pan (BPAN4) contabiliza um lucro de R$ 217 milhões nos três primeiros meses deste ano (1T24), segundo balanço divulgado pela empresa ao mercado nesta sexta-feira (10). Na ponta do lápis, esse valor representa um aumento de 11,3% em relação ao trimestre anterior (1T24) e 12,4% em comparação com o mesmo período do ano passado (1T23).
A instituição bancária diz que esse desempenho financeiro está relacionado ao resultado da carteira de crédito, que atingiu R$ 46,1 bilhões, um avanço de 10% em relação ao ano anterior. Com esses resultados, o Banco Pan no 1T24 quebra um ciclo de estabilidade financeira que durou ao menos três anos. Nesse período, os lucros variaram entre R$ 190 milhões (1T21), R$ 195 milhões (1T22) e R$ 193 milhões (1T23).
Outro dado que chama atenção no balanço do Banco Pan: o retorno sobre o patrimônio (ROE) também apresentou crescimento, atingindo 12,2% ao final de março, um aumento de 0,6 ponto percentual em 12 meses e 1,1 ponto percentual no trimestre.
O patrimônio líquido da companhia, diz o banco, aumentou para R$ 8,063 bilhões no final do primeiro trimestre, representando um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior e 1% ante o trimestre anterior, conforme o balanço.
Já a receita de serviços atingiu R$ 393 milhões no 1T24, registrando um aumento de 33% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, o volume transacionado alcançou R$ 27,9 bilhões, apresentando um crescimento de 27% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Ainda no balanço do 1T24 do Banco Pan, a instituição afirma que os ativos totais do banco aumentaram para R$ 62,229 bilhões, refletindo alta de 9% em relação ao primeiro trimestre de 2023 e 8% em comparação com o 1T24.
Diz ainda que a inadimplência diminuiu para 6,9%, em comparação com 7,3% no trimestre anterior e 7,2% no final de março de 2023. De janeiro a março, a inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) no banco foi de 9,6%, acima dos 9,0% e 8,9% registrados anteriormente, de acordo com dados divulgados pela empresa. O Banco Pan prevê que a tendência é de queda na inadimplência, com melhores perspectivas macroeconômicas e medidas internas para reduzir o risco de crédito.
Apesar dos bons resultados, o índice de Basileia do Banco Pan (medida para determinar a capacidade de absorver perdas e riscos financeiros) caiu para 14,6%, uma redução de 1,2 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2023 e ao trimestre anterior.
Banco Pan fecha 1T24 com 29 milhões de clientes, alta de 15%
No fim do primeiro trimestre do Banco Pan, a companhia disse ao mercado que mantinha em seu portfólio 29 milhões de clientes, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023, sendo que 64,2% desses correntistas estavam ativos.
Para o CEO do Banco Pan, Carlos Eduardo Guimarães, o principal objetivo nos próximos trimestres deste ano é fortalecer a conexão com os clientes da instituição bancária, oferecendo uma plataforma abrangente para serviços e consumo.
Em seus planos, isso inclui uma variedade de canais, produtos e serviços integrados. “Neste trimestre, demos mais um passo nessa direção, com maior completude de produtos e satisfação dos nossos clientes, além do crescimento de originação, carteira e lucro”, diz Guimarães.
Melhora nos resultados: o que especialistas dizem?
Os especialistas analisaram os números do resultado financeiro do Banco Pan no primeiro trimestre deste ano (1T24). O Bank of America (BofA) enfatizou o crescimento expressivo na carteira de empréstimos da instituição bancária, com um aumento de 10% no primeiro trimestre em comparação com o trimestre anterior.
Esse crescimento do Banco Pan no 1T24, segundo os estrategistas, foi liderado pelo portfólio de veículos, que apresentou um aumento de 11% (4T23) e 38% (1T23). Além disso, a alta da base de clientes em 1 milhão no 1T24 foi considerada um destaque pelos analistas.
O Itaú BBA também ressaltou o crescimento da carteira de empréstimos como um ponto positivo. A instituição destacou que o lucro líquido ajustado aumentou 7% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 238 milhões, com um ROE de 13%. Essa melhora nos lucros foi interpretada pelos especialistas como um avanço significativo após um período de estagnação.
Por outro lado, o BofA observou que o custo de risco ficou mais alto do que o esperado, compensando taxas melhores que o previsto. As despesas de provisão aumentaram 17% em relação ao trimestre anterior, resultando em um maior custo de risco de 5.8%. Além disso, o índice de Basileia gerencial caiu para 14.6%, o que, segundo eles, pode indicar desafios futuros em termos de capitalização e capacidade de expansão.
O BBA também apontou desafios como a redução no índice de Basileia gerencial, que pode exigir atenção futura por parte da administração do banco. Como ponto de atenção, a desaceleração no Net Interest Income (NII) foi destacada como fator negativo, refletindo uma desaceleração nas origens de crédito.
Após temporada com ações em baixa, Banco Pan deslancha no Ibovespa
O Banco Pan encerrou o pregão desta sexta-feira (10), dia em que divulgou o balanço do 1T24 da companhia, com ações negociadas a R$ 9,59 no Ibovespa, uma alta de 0,95% quando comparado ao dia anterior. Se no mês de maio a instituição salta com 1,80% de valorização, nos últimos doze meses o banco anota alta de 71,56% de valorização, segundo dados da Bolsa de Valores.
Sendo rejeitado pelos investidores no começo deste ano, o Banco Pan chegou a ofertar, em 30 de janeiro, papéis a R$ 7,81, até então o valor mais baixo de 2024. Em contrapartida, depois dessa data, a empresa conseguiu pontuar crescimento e alcançar estabilidade no Ibovespa. Sua maior alta do ano foi registrada no dia 27 de março, quando vendeu ações a R$ 9,86.
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