Banco Pan é líder das reclamações no BC no 2º trimestre de 2019

A instituição financeira que mais recebeu reclamações de clientes no segundo trimestre de 2019 foi o Banco Pan (BPAN4). As informações foram divulgadas nesta terça-feira (16) o Banco Central (BC).

Em total, o BC considerou procedentes 701 reclamações de clientes apresentadas contra o Banco Pan entre abril e junho deste ano. O banco, controlado pelo BTG Pactual e pela Caixa Econômica Federal, tem 4,1 milhões de clientes.

O elenco de reclamações considera as queixas apresentadas contra instituições financeiras com mais de 4 mil clientes. Para realizar seu ranking, o BC dividiu o número de reclamações pela quantidade de clientes de cada instituição, multiplicando o valor por 1 milhão. A instituição monetária central brasileira criou a fórmula para equilibrar a proporção de queixas em relação ao tamanho da instituição financeira.

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Bradesco e Santader em segunda posição

Segundo o levantamento do BC, os bancos Bradesco e Santander ficaram, respectivamente, na segunda e na terceira posição entre os bancos com mais reclamações no segundo trimestre de 2019.

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O Bradesco, que tem 99,8 milhões de clientes, teve 2.448 reclamações aceitas pelo Banco Central nesse período de três meses. Por sua vez, o Santander, que conta com 45,45 milhões de clientes, teve 1.080 reclamações apresentadas para a autoridade monetária.

Em resposta, o Santander informou que “permanece com total empenho para prestar o melhor atendimento aos clientes e trabalha continuamente na melhoria dos seus processos, ofertas e atendimento, tornando-os mais simples e ágeis para garantir a satisfação dos consumidores com o banco.”

Novo Inter?

O Banco Pan se apresentou ao mercado como o “novo Banco Inter“. No começo do ano, o banco apresentou um plano para criar, ainda em 2019, uma conta digital completa dedicada para os clientes das classes C, D e E.

Após o anuncio desse plano, as ações do Banco Pan dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo.

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O Banco Pan é novo nome do antigo Banco Panamericano. A instituição pertencia ao grupo Silvio Santos. Em 2009 a Caixa Econômica Federal comprou uma participação na instituição. No ano seguinte, o Banco Central detectou uma fraude contábil no banco que provocou um rombo de R$ 4,3 bilhões.

Somente um empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e a venda da participação de Silvio Santos para o BTG Pactual salvaram o banco. A instituição continuou dando prejuízo por muitos anos.

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Entretanto, no último período o Banco aparece se recuperando. No primeiro trimestre, o Banco Pan registrou um lucro de R$ 96,1 milhões. Uma alta de 70% em relação ao mesmo período de 2018. Entretanto, a rentabilidade continua baixa em comparação com os grandes de capital aberto, e atingiu 9,3% nos três primeiros meses do ano.

Esses resultados são provocados, principalmente, pelos passivos que o Banco Pan ainda carrega em seu balanço. Entre eles, está o elevado custo de captação, graças a CDBs pré-fixados de longuíssimo prazo. Esses títulos teriam sido emitidos antes da descoberta da fraude contábil, e iniciarão a vencer a partir do próximo ano.

Carlo Cauti

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